Moradores começam a retornar para o Sul do Líbano após acordo de cessar-fogo

Moradores da região Sul do Líbano, na região de fronteira com Israel, começaram a retornar para suas cidades depois que entrou em vigor o acordo de cessar-fogo entre os israelenses e o grupo extremista Hezbollah, às 23h de terça-feira (26), pelo horário de Brasília.

 

Equipes da agência de notícias Reuters registraram o fluxo de veículos com pessoas que estavam deslocadas por conta do conflito dos últimos meses em direção à região, já na manhã desta quarta-feira (27).

Uma criança faz um gesto enquanto segura uma bandeira do Hezbollah pela janela de um carro, na entrada dos subúrbios do Sul de Beirute — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Ainda na madrugada, dezenas de veículos deixaram a cidade portuária de Sidon e seguiram mais ao Sul do Líbano, informou a agência. Libaneses também saíram às ruas da capital e de outras cidades para comemorar a trégua no combate.

O exército do Líbano disse nesta quarta-feira que está se preparando para se deslocar para o Sul do país, segundo a agência. Em comunicado, o exército pediu que os moradores das vilas da fronteira adiem o retorno para casa até que as forças israelenses se retirem.

Homem observa pela janela do carro enquanto dirige para o Sul do Líbano, após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hezbollah — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Cessar-fogo por 2 meses

Israel aprovou um acordo para um cessar-fogo nos bombardeios israelenses no Líbano contra o Hezbollah, conforme anúncio feito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na terça.

O acordo entrou em vigor às 4h da manhã desta quarta-feira, no horário local — 23h desta terça, no horário de Brasília —, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden. O acordo vinha sendo costurado havia semanas com a intermediação dos Estados Unidos e da França.

Em pronunciamento televisionado em tom de vitoria, Netanyahu disse que impôs um retrocesso de “décadas” no Hezbollah, que os habitantes do Norte de Israel irão voltar para suas casas e que o país vai voltar a atacar caso o grupo extremista não cumpra sua parte no acordo.

A proposta em discussão previa a interrupção dos ataques por dois meses e a retirada das forças israelenses da fronteira sul do Líbano, segundo disseram à agência de notícias de Reuters diplomatas envolvidos na negociação. Por outro lado, o Líbano poderia retornar suas tropas para a fronteira, e o Hezbollah levaria suas armas para o norte do país.

Em uma nota conjunta, Jeo Biden e Emmanuel Macron disseram que o cessar-fogo “vai proporcionar as condições necessárias para o regresso à paz no país”.

Na segunda-feira (25), o site de notícias norte-americano Axios afirmou que autoridades dos EUA que participam da negociação haviam chegado a um entendimento com as duas partes. O embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Herzog, também disse à imprensa local que o acordo poderia sair em breve, mas disse que ainda havia pontos a serem ajustados.

Na terça, antes do anúncio do acordo, o Conselho de Segurança israelense se reuniu para definir os pontos do cessar-fogo.

Pessoas em seus carros com pertences retornam para suas vilas após o início do cessar-fogo entre Hezbollah e Israel na madrugada de quarta-feira (27), em Tiro, no Sul do Líbano — Foto: Hussein Malla/AP
Veículos circulam perto de prédios danificados nos subúrbios do Sul de Beirute — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Pessoas reagem ao chegar de volta a Tiro, no Sul do Líbano, após a entrada em vigor do cessar-fogo — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Um menino observa de um veículo enquanto segue de volta para o Sul do Líbano — Foto: Adnan Abidi/Reuters

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