Justiça francesa julga 13 membros de grupo da ultradireita acusados de planejar matar Macron em 2018
Começou nesta terça-feira na França o julgamento de 13 membros de um grupo de ultradireita acusados de conspirar para matar o presidente Emmanuel Macron em 2018. Os réus, 11 homens e duas mulheres com idades entre 26 e 66 anos, também pretendiam assassinar imigrantes, atacar mesquitas e tentar um golpe de Estado. Se condenados, podem ser sentenciados a 10 anos.
A investigação teve início em outubro de 2018 com base em informações da Inteligência de que o ativista da extrema direita Jean-Pierre Bouyer, número dois do grupo de extrema direita Les Barjols, queria assassinar Macron no leste da França.
Segundo os relatórios, Bouyer planejava matá-lo em 11 de novembro, por ocasião do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial. Naquela época, a situação social era tensa no país. O aumento dos preços dos combustíveis deu origem a um movimento de protesto que se cristalizou em novembro nos “coletes amarelos”.
Bouyer foi preso em novembro juntamente com outras três pessoas no nordeste da França. Na casa do extremista foram apreendidos também armas e munições.
Nos meses seguintes, houve outras prisões de membros do grupo de extrema direita. Criado no Facebook em 2017, o Les Barjous contava, segundo o jornal Francês Le Monde, com 5 mil membros, que teve alguns de seus líderes presos antes de pôr seu plano em prática.
Em março de 2020, Denis Collinet, fundador do grupo que aderiu à teoria da conspiração da “grande substituição” de europeus brancos por imigrantes, foi preso. Segundo a acusação, os membros do grupo participaram de reuniões com conotações paramilitares em 2017 e 2018, nas quais se falava em “explodir” mesquitas ou perpetrar um golpe de Estado.
Nenhum desses planos, que incluíam também o sequestro de deputados ou o assassinato de migrantes, foi levado adiante.
Alguns advogados de defesa, por sua vez, denunciam um caso construído sobre a “ficção de um movimento de ação violenta” e pedem para contextualizá-lo nos protestos da época. O julgamento está previsto para durar até 3 de fevereiro.