15 de março de 2025

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Justiça começa a julgar caso dos órgãos infectados com HIV

A Justiça começa a julgar nesta segunda-feira (24) o caso dos órgãos para transplante infectados por HIV no laboratório PCS Labs Saleme. A 1ª audiência de instrução foi marcada para esta tarde, na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu. Seis pessoas são rés no processo e respondem por associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica.

Primeiro a Justiça vai colher o depoimento de testemunhas do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e das defesas dos réus. Depois, os acusados vão ser interrogados. Ainda não há data para a conclusão do julgamento.

Os réus

  1. Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório
  2. Jacqueline Iris Barcellar de Assis, funcionária
  3. Walter Vieira, sócio
  4. Ivanilson Fernandes dos Santos, funcionário
  5. Cleber de Olveira Santos, funcionário
  6. Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora

Denúncia

O grupo foi denunciado pelo MPRJ em outubro, e a juíza Aline Abreu Pessanha tornou réus todos os 6.

“Os denunciados tinham plena ciência de que pacientes que recebem órgãos transplantados recebem imunossupressores para evitar a sua rejeição, e que a aquisição de qualquer doença em um organismo já fragilizado, principalmente HIV, seria devastadora”, citou o MPRJ.

 

Na denúncia, o MPRJ cita que, além de uma série de exames com resultados falsos, as filiais do PCS “não possuíam sequer alvará e licença sanitária para funcionamento”.

O relatório de inspeção da Vigilância Sanitária constatou 39 irregularidades, entre elas a presença de sujeira, de insetos mortos e formigas em todas as bancadas do laboratório.

Transplante em janeiro

A situação foi descoberta no último dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo; ele não tinha o vírus antes.

Esse paciente recebeu um coração no fim de janeiro. A partir daí, as autoridades refizeram todo o processo e chegaram a 2 exames feitos pelo PCS Lab Saleme.

A primeira coleta foi feita no dia 23 de janeiro deste ano — foram doados os rins, o fígado, o coração e a córnea, e todos, segundo o laboratório, deram não reagentes para HIV.

Sempre que um órgão é doado, uma amostra é guardada. A SES-RJ, então, fez uma contraprova do material e identificou o HIV. Em paralelo, a pasta rastreou os demais receptores e confirmou que as pessoas que receberam 1 rim cada também deram positivo para o HIV.

A que recebeu a córnea, que não é tão vascularizada, deu negativo. A que recebeu o fígado morreu pouco depois do transplante, mas o quadro dela já era grave, e a morte não teria relação com o HIV.

No dia 3 de outubro, mais um transplantado também apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. Essa pessoa também não tinha o vírus antes da cirurgia. Cruzando os dados, chegaram a outro exame errado, o de uma doadora no dia 25 de maio deste ano.

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