Hungria autoriza extradição do traficante ‘Escobar brasileiro’

Ex-policial Sérgio Roberto de Carvalho, que está preso em Budapeste desde junho do ano passado, deve ser entregue primeiro à Bélgica

A ministra da Justiça da Hungria, Judit Varga, autorizou a extradição de Sérgio Roberto de Carvalho, que ficou conhecido como “Pablo Escobar brasileiro”. O destino do traficante ainda é incerto, mas, de acordo com o jornal português “Visão”, ele deve ser entregue primeiro à Bélgica, onde foi emitido um mandado de prisão contra ele. O ex-major da Polícia Militar também responde por crimes ligados ao narcotráfico no Brasil e nos Estados Unidos.

Descrito pela polícia brasileira como um dos “maiores traficantes internacionais”, Carvalho foi preso em junho do ano passado, em Budapeste. Ele foi detido enquanto tomava café da manhã num hotel da capital húngara, onde estava hospedado com um passaporte mexicano, em nome de Guilhermo Diaz Flores. A prisão foi realizada com base num alerta vermelho da Interpol, emitido por um tribunal brasileiro, em novembro de 2020.

A polícia húngara disse, na época, que foi avisada por seus parceiros internacionais de que Carvalho estava no país, mas que a investigação foi dificultada porque o acusado tinha 10 documentos de identidade diferentes. Segundo as autoridades húngaras, a princípio, o brasileiro negou sua verdadeira identidade, que acabou sendo estabelecida por suas impressões digitais.

Carvalho é suspeito de comandar uma organização de tráfico de cocaína para a Europa. Ele foi acusado de estar envolvido no envio de 45 toneladas da droga, do Brasil, para o continente europeu, entre 2017 e 2019, e de ter lavado milhões de dólares por meio de empresas de fachada. E também é denunciado por ter usado documentos falsos para enganar as autoridades europeias.

Carvalho usou documentos falsos e simulou a própria morte

 

À Justiça húngara, o ex-major afirmou que o processo contra ele se deu por motivos políticos e seu advogado argumentou que no Brasil ele não teria um julgamento justo.

Na Espanha, Carvalho foi preso sob identidade falsa por suposto tráfico de drogas e, após pagar fiança que lhe permitiu responder em liberdade, simulou sua morte por Covid-19 em 2020 com um atestado falso para fugir da justiça, segundo reportagem da TV Globo.

A ordem de prisão de Carvalho foi emitida no âmbito da Operação “Enterprise” e permitiu o confisco de “mais de 500 milhões de reais (cerca de 100 milhões de dólares no câmbio atual) da organização criminosa que ele liderava”, disse a polícia brasileira.

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Portugal acusou 18 pessoas ligadas ao traficante de drogas. Entre os denunciados, está empresário Ruben Oliveira, conhecido como “Xuxa”, considerado o líder português do esquema de tráfico internacional de droga comandado por Carvalho.

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