Governo do Rio de Janeiro discute agenda azul no último dia do G20 Social
Espaço Conexão 2030 levou ampla programação de debates sobre sustentabilidade para a inédita Cúpula Social
O terceiro e último dia (16/11) do Conexão 2030 no G20 Social teve como protagonista a agenda azul fluminense. A manhã, no Armazém 1b do Píer Mauá, foi marcada pelo debate sobre Economia Azul, desenvolvimento sustentável e estratégias para enfrentamento ao lixo no mar. Os diálogos estão alinhados ao grupo de engajamento Oceans20, que reconhece o papel central do oceano nas agendas globais de clima, energia e meio ambiente.
– A agenda ambiental fluminense está diretamente alinhada não só com as metas nacionais, mas, sobretudo, com os objetivos globais. Nossos debates no Conexão 2030 também são maneiras de ampliarmos essa sinergia – destacou o governador Cláudio Castro.
A Economia Azul consiste no uso sustentável dos recursos marinhos para o desenvolvimento econômico, a melhoria do bem-estar social e a geração de empregos, conservando a saúde dos ecossistemas e oceânicos e costeiros. Com representantes do Governo do Estado e de instituições parceiras, a mesa-redonda discutiu o potencial do Rio de Janeiro neste modelo econômico, além dos esforços estaduais para a despoluição da Baía de Guanabara, um dos cartões-postais fluminenses, e outros rios, córregos e lagoas.
– Hoje temos um planejamento para o Rio de Janeiro se tornar uma Metrópole Azul, o que é uma conquista que temos muito que comemorar. Cerca de 80% da nossa população vive em área costeira, que é, inclusive, a terceira maior do Brasil – pontuou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Entre as principais iniciativas para a despoluição da baía está a concessão dos serviços de saneamento, maior projeto socioambiental da América Latina, tirado do papel pela gestão do governador Cláudio Castro, a instalação de coletores troncos e obras de saneamento realizadas pelo Inea.
– Temos milhares de pessoas vivendo no entorno da baía, são vários municípios que se conectam diretamente com as suas águas. Esses projetos de despoluição estão mudando a relação das comunidades do entorno com o nosso principal cartão-postal, sem falar do fomento ao turismo – disse a subsecretária de Recursos Hídricos, Saneamento e Sustentabilidade Ambiental, Ana Asti.
A previsão é de que, até 2033, as águas da Baía de Guanabara estejam limpas e balneáveis, o que, como prevê os conceitos da Economia Azul, promoverá avanços na qualidade ambiental, desenvolvimento econômico e bem-estar da população. Atualmente, resultados positivos já podem ser vistos, como a melhora da qualidade da água de praias historicamente poluídas e o reaparecimento de espécies de fauna.
O enfrentamento do lixo nos ecossistemas costeiros e marinhos também foi pauta no Conexão 2030. O tema é peça-chave para o fortalecimento do papel dos oceanos no desenvolvimento sustentável global. A pauta será levada à Cúpula dos Líderes, entre os dias 18 e 19, pelo Oceans20 e pelo movimento mundial de combate à poluição plástica, Voz dos Oceanos.
Enfrentamento ao Lixo no Mar
Em parceria com a Rede Oceano Limpo, liderado pela Cátedra da Unesco, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade apresentou, no palco do Conexão 2030, o documento de Recomendações para a Estratégia Estadual de Enfrentamento ao Lixo no Mar, lançado este ano. O trabalho é fruto dos diálogos com a sociedade civil e da articulação com o Governo do Estado, e servirá de diretriz para o estabelecimento de uma plano estadual, já em elaboração.
Além do documento, o Rio de Janeiro tem dado passos importantes a partir de iniciativas como as ecobarreiras instaladas em rios que deságuam na Baía de Guanabara e o trabalho das unidades de conservação costeiras. A parceria com os municípios também é crucial para a preservação dos corpos hídricos fluminenses.