Governador do Rio de Janeiro critica ADPF das Favelas e defende atuação policial em comunidades
Em discurso na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o governador Cláudio Castro criticou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que restringe a atuação da Polícia Militar em favelas do estado. O STF deve julgar o caso nesta quarta-feira (05/02). Castro questionou a proibição de operações policiais em comunidades, permitidas apenas em casos excepcionais, argumentando que a medida retira do povo o direito à segurança pública.
– Ninguém aqui foge à crítica ou de um processo de melhoria e evolução. Acho positivas as situações que a ADPF venha a melhorar a atividade policial e reforço na transparência. Os casos complexos são esse critério de extraordinariedade, que vem de encontro à ostensividade que é o trabalho da polícia. Quando você cria uma ideia de extraordinariedade, tiramos do povo, da comunidade, o direito de ter uma polícia ostensiva – ponderou o governador.
O governador reconheceu a importância de aprimorar a atividade policial e aumentar a transparência, mas ressaltou que o Rio de Janeiro sofre efeitos colaterais negativos com a ADPF. Castro também comentou sobre os recentes casos de violência no estado, afirmando que são uma resposta da criminalidade ao trabalho do governo. Ele destacou que o estado tem combatido o crime por meio de operações com inteligência e investigação, asfixiando financeiramente as organizações criminosas.
– Não tenho dúvida que isso é uma resposta da criminalidade ao trabalho que tem sido feito. Pela primeira vez, o Rio bloqueia milhões, trabalhando na asfixia financeira. Essas são situações que o governo federal deveria estar nos ajudando, porque tem mecanismos como o COAF e outros, mas o Rio está mais uma vez sozinho nesse trabalho. Quando você vai asfixiando financeiramente, quando fazemos operações com inteligência, investigação, que está sendo feito, vamos colocando o dedo na ferida, chegando próximo da liderança, como tem acontecido, e há uma reação da criminalidade.
O governador garantiu que o trabalho na área de segurança pública não terá retrocesso e que as polícias estão cada vez mais equipadas e treinadas para enfrentar a criminalidade.
– Estamos fazendo um trabalho criterioso com investigação, planejamento, inteligência, tecnologia. A população pode ter certeza que as polícias estão cada dia mais equipadas, treinadas e estamos prontos para enfrentar essa criminalidade. Estamos sozinhos hoje nessa guerra. Foram 732 fuzis e 15 mil armas apreendidas no ano passado. Isso demonstra que, por mais que a obrigação seja nossa, a responsabilidade é de todos – reforçou Castro.
Por fim, Castro cobrou maior participação das prefeituras no ordenamento urbano e no trabalho de segurança pública, com guardas municipais mais equipadas.
– Hoje, o Segurança Presente faz o papel da Guarda Municipal. Mais uma vez, está sobre os ombros do Estado todo o trabalho. O que precisamos é aumentar esse grau de parceria, de responsabilização de cada um.
Estado apreende 732 fuzis em 2024
Como fuzis de guerra chegam às mãos dos criminosos no Rio de Janeiro? O Estado não fabrica armas, mas em 2024 apreendemos 732 fuzis, um recorde histórico. São dois por dia tirados das ruas.
Essas armas vêm de fora do país, atravessam fronteiras sem controle e alimentam o crime organizado. As forças de segurança do Estado agem com rigor, apreendem as armas e prendem os bandidos, mas o governo federal precisa fazer a parte dele, controlando as fronteiras e pressionando com sanções países vizinhos que “perdem” o rastreio de armas.
Entre a vida de um policial e a de um criminoso, nossa escolha é sempre pela vida daqueles que defendem você e sua família todos os dias.