Financiamento da exportação para Argentina só ocorrerá com garantia, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o governo brasileiro e o argentino estão estudando formas de garantia para viabilizar o papel do Brasil como financiador da exportação para o vizinho sul-americano e diminuir o risco de calote.

—Necessariamente haverá garantia para que esse fluxo não seja interrompido. A forma de dar essa garantia é que está sendo estudada, bem, desde janeiro nós estamos trabalhando nesse assunto — disse Haddad.

Os presidentes da Argentina e do Brasil se encontram nesta terça-feira, acompanhados das equipes econômicas dos respectivos países. Alberto Fernandez, aliado de Lula, busca alternativas para evitar maior agravamento da crise no país. Será uma reunião e, posteriormente, um jantar.

Conforme apuração do GLOBO, Fernández almeja o mínimo de US$ 1,5 bilhão por mês em financiamento à exportação de insumos industriais para a Argentina. O dinheiro seria liberado pelo BNDES, que precisaria do aval do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), administrado pelo Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda diz que cerca de 200 empresas brasileiras não estariam exportando ou recebendo os valores das exportações “retidos” na Argentina em função da falta de dívidas.

— Vamos sentar hoje para verificar se é possível levar uma solução para isso. Obviamente tem que assegurar que os nossos exportadores recebam pelo produto exportado, não pode haver nenhum tipo de dificuldade — disse Haddad.

Banco Central

O ministro Haddad também confirmou a jornalistas que nesta semana serão divulgadas as primeiras indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cúpula do Banco Central.

Os mandatos de Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária, e Paulo Souza, diretor de Fiscalização, terminaram em fevereiro. Lula ainda não decidiu os substitutos.

Haddad também foi questionado se já seria possível um corte na taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem novo anúncio para esta próxima quarta-feira. O ministro apenas respondeu: “Dá, né”.

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