Conselhos tutelares funcionam 24 horas e exigem dedicação de membros
Carlos Marra, de 35 anos, atua como conselheiro desde 2020, na área de Bonsucesso, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, região que inclui comunidades como Complexo da Maré e Manguinhos.
“É um trabalho em que você se depara com muitas situações de violação de direitos e, principalmente, de violências e de situações de ameaças às vidas das crianças e dos adolescentes. E você não tem nenhum tipo de suporte para a sua saúde mental”.
“Todas as intervenções do conselho tutelar deveriam e devem ser medidas de aplicação de proteção para aquela criança ou adolescente que possam estar sofrendo algum tipo de ameaça à sua integridade física, abusos ou violações de direito de maneira mais ampla ou subjetiva. O trabalho está ligado ao atendimento às famílias, à criança e ao adolescente, mas também às redes – de educação, saúde e assistência social – e a um trabalho de articulação direta no território”.
Além dos conselheiros, cada conselho conta com uma equipe de apoio formada por psicólogo, assistente social, pessoal administrativo e motoristas.
Segundo ele, o conselheiro é um agente público que deve conhecer bem as demandas do território onde atua. “Ser conselheiro tutelar te faz ser cada vez mais humano, empático e reconhecer o outro enquanto sujeito de direito, principalmente exercer a possibilidade de praticar sempre a cidadania”.