Com salto de 21,6% na agropecuária, PIB avança 1,9% no início do governo Lula
Um forte avanço da agropecuária, de 21,6%, e um aumento no consumo das famílias deram fôlego à atividade econômica no primeiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro do governo Lula, cresceu 1,9% no período, em relação ao quarto trimestre do ano passado. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, medido pelo IBGE, e foram divulgados nesta quinta-feira.
O crescimento da agropecuária, graças a uma safra recorde, foi o maior em quase 30 anos, desde o quarto trimestre de 1996, quando avançou 23,2%.
Há um mês, analistas fizeram uma onda de revisões das projeções para o PIB diante de uma atividade mais resiliente do que o esperado para o período. Para o primeiro trimestre, a expectativa de crescimento era de 1,2% a 1,4% ante os três últimos meses de 2022.
Segundo a corretora XP, excluindo o setor primário, o PIB cresceria só 0,6% no período.
Perspectivas
A despeito de um primeiro trimestre mais robusto, economistas avaliam que a atividade segue em rota de desaceleração em meio às condições monetárias mais apertadas. A taxa de juros básica, a Selic, está em 13,75% ao ano, o que encarece o crédito às empresas e às famílias, inibindo investimentos.
Além das condições de crédito mais apertadas, a dissipação do impulso ‘pós-Covid’ e o abrandamento do mercado de trabalho devem levar a uma desaceleração da economia dos próximos meses. As projeções giram em torno de 1,4% para 2023.
Na quarta-feira, saíram os dados do mercado de trabalho até abril. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos quatro primeiros meses do ano, foram gerados 705,7 mil empregos formais. No mesmo período do ano passado, o saldo fora de 825,49 mil novas pessoas com com trabalho com carteira assinada.
Quando se observa todo o mercado de trabalho, inclusive as ocupações informais, houve queda no número de pessoas trabalhando, mas a procura por uma vaga diminuiu, o que fez a taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril ficar estável frente a janeiro. Ficou em 8,5% da força de trabalho, contra 8,4% em janeiro. Foi a menor taxa de desemprego desde 2015.