COB premia os melhores de 2023 e 73% dos eleitos em cada modalidade recebem o Bolsa Atleta
Reconhecimento, emoção e o sentimento de dever cumprido. A noite de gala que premiou os melhores atletas do ano, realizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), nessa sexta (15/12), na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, foi marcada pela celebração do recorde histórico de 205 medalhas conquistadas na campanha vitoriosa do Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos e pela expectativa nos 224 dias que faltam para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Entre os 60 atletas eleitos como melhores do ano em 55 modalidades (algumas jogadas em dupla), 44 são beneficiários do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, cerca de 73%. A 24ª edição do Prêmio Brasil Olímpico contou com a presença do ministro do Esporte, André Fufuca. Ele falou do sentimento despertado pelo atual final de temporada repleto de conquistas.
“É muito gratificante ver o quanto pudemos comemorar em 2023 e quantos ídolos o Brasil consegue produzir com planejamento, organização e foco. Nossos atletas estão de parabéns, bem como o COB, por essa grande coordenação do Movimento Olímpico Brasileiro. O Ministério do Esporte se orgulha de participar dessa construção com suas políticas, tendo o Programa Bolsa Atleta como nossa principal colaboração neste processo”, disse o ministro, que foi chamado ao palco para entregar o grande prêmio da noite de Melhor Atleta do Ano da categoria feminina, o Troféu Rei Pelé, para a ginasta Rebeca Andrade.
Em mais um ano monumental, Rebeca Andrade faturou cinco medalhas no Mundial de Antuérpia, na Bélgica, sendo que o ouro no salto foi conquistado com vitória sobre a estrela Simone Biles, dos Estados Unidos. Além de prata no individual geral, solo e por equipes, e bronze na trave. No Pan-Americano de Santiago 2023, Rebeca subiu quatro vezes no pódio com dois ouros no salto e na trave, e conquistou duas pratas nas barras paralelas, por equipe.
Apesar de considerar 2023 uma temporada mais tranquila, Rebeca carrega o orgulho de não ter desistido em tempos mais complicados.
“Agradeço não ter passado este ano por momentos difíceis. Por muito tempo passei por cirurgias, mas desde Tóquio não precisei passar por intervenções ou coisa parecida. Meus momentos difíceis foram aqueles comuns de todo atleta, como dores que acabam atrapalhando por afetar a carga de treinos, mas isso é do esporte. Tudo o que passei me fez mais forte e agora estou aqui pela terceira vez”, considerou Rebeca, que recebe o Bolsa Atleta Pódio e falou da importância do benefício para o esporte brasileiro. “A gente precisa desse suporte pra continuar crescendo, é importante para os atletas que estão iniciando, os que estão chegando para integrar suas seleções. As pessoas conhecem o esporte a partir dos que já estão, então todo esse suporte que o Bolsa Atleta dá pra gente faz toda a diferença”, explicou.
O nome é Tiro com Arco
A estreia do Troféu Rei Pelé como prêmio máximo da noite encontrou o seu lugar nas mãos precisas de Marcus Vinicius D’Almeida, do tiro com arco. Foi a primeira vez que o arqueiro recebeu o prêmio, dizendo-se incrédulo durante o discurso que tirou risos da plateia ao revelar que se considera ainda tão desconhecido pelo público quanto o próprio nome da modalidade. “Em vez de tiro com arco, todo mundo ainda chama de arco e flecha”, brincou.
Dono de uma trajetória expressiva em 2023, Marcos está na liderança do ranking mundial da modalidade, venceu o Vegas Shoot – principal torneio indoor – a final da etapa de Xangai da Copa do Mundo, foi 3º lugar no Mundial de Berlim, além de prata (dupla mista) e bronze (equipe masculina) no Pan de Santiago 2023.
Depois de participar de Tóquio 2020 e da Rio 2016, o balanço favorável deixa Marcus próximo de ser o escolhido pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco para ocupar uma vaga não-nominal já garantida à Paris 2024. “Na primeira parte da temporada comecei não tão bem, cheguei a ter algumas dúvidas sobre a minha preparação, mas mantivemos o foco, toda a equipe trabalhou junto, e isso foi o mais importante”, revelou Marcus, que também recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio.
“Fico muito feliz de ser apoiado pelo Bolsa Atleta Pódio, já tenho anos lá, comecei com o Bolsa Atleta Nacional. É um incentivo que vale a pena, no dia que me falaram que existe o Bolsa Pódio, com o qual eu poderia conquistar até a independência financeira, eu fui atrás com toda a minha força. É um incentivo grande, a gente não paga conta com amor e é isso: atletas precisam ser valorizados e o Ministério do Esporte faz isso por nós”, revelou.
Marcus Vinicius foi escolhido numa votação na qual concorriam os gigantes Filipe Toledo (surf) e Hugo Calderano (tênis de mesa). Já Rebeca Andrade venceu a votação em que concorriam mulheres vencedoras como Bia Haddad (tênis), e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia).
A escolha dos melhores de 2023 foi feita pelo voto dos membros de um colegiado eleitoral formado por jornalistas, dirigentes, Comissão de Atletas do COB, ex-atletas e personalidades do esporte.
Legado e saudades
Grande homenageado da noite por todo pioneirismo e legado, o judoca japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii recebeu das mãos do presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva. Chiaki ganhou primeira medalha do judô brasileiro na Olimpíada de Munique, em 1972 – bronze. Foi mestre de muitos ao abrir uma academia que se tornou lendária no bairro da Lapa, em São Paulo, e também treinou medalhistas como Walter Carmona e Rafael ‘Baby’ Silva, além de Aurélio Miguel e Rogério Sampaio. Ishii, que estava acompanhado da filha e judoca, Wânia Ishii, colaborou de forma inestimável no processo que transformou o judô brasileiro em sinônimo de muitas medalhas olímpicas e mundiais.
Em momento de forte emoção, onde foram lembrados os atletas olímpicos que faleceram no ano de 2023, a jogadora de vôlei Walewska Moreira de Oliveira foi homenageada com a exibição de um clip exibindo suas imagens em quadra e a voz da ex-líbero da seleção brasileira, Fabi, lendo uma mensagem de despedida para a companheira da conquista do ouro nos jogos de Pequim 2008.
Ano brilhante
A noite de gala do esporte olímpico brasileiro fechou um ano de sucesso marcado por muitas vitórias pelo mundo e o tesouro pan-americano de 66 medalhas de ouro, 73 de prata e 66 de bronze conquistadas em Santiago 2023, consolidando o Brasil como segunda força esportiva das Américas.
O presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira elogiou a união que segue elevando o nível do esporte e dos esportistas brasileiros
“O movimento Olímpico é agregador. Temos uma ótima parceria e relação com o Ministério do Esporte, Forças Armadas, Comitê Brasileiro de Clubes, com confederações de desporto universitário e escolar. Essa unidade é que faz o sucesso do COB”, explicou, lembrando do objetivo final, que são os atletas, sempre apoiados por vários programas
“É nesse espírito que o Bolsa Atleta e é bem vindo, as bolsas que os clubes oferecem e que o Comitê Olimpico oferece, tudo isso faz parte do sucesso do esporte brasileiro”, confirmou o dirigente na noite onde o Movimento Olímpico Brasileiro mostrou o seu tamanho e o trabalho para que o Prêmio Brasil Olímpico de 2024 repita a atmosfera de sucesso. Paris é logo ali.
Os melhores atletas de 2023 de
cada modalidade foram:
1. Águas Abertas – Ana Marcela Cunha
2. Atletismo – Caio Bonfim
3. Badminton – Davi Silva e Sânia Lima
4. Basquete 3×3 – Leonardo Branquinho
5. Basquete 5×5 – Yago Mateus
6. Beisebol – Felipe Natel
7. Boliche – Roberta Camargo Rodrigues
8. Boxe – Beatriz Ferreira
9. Breaking – Mayara Colins (Mini Japa)
10. Canoagem Slalom – Ana Sátila Vargas
11. Canoagem Velocidade – Isaquias Queiroz
12. Ciclismo BMX Freestyle – Gustavo de Oliveira
13. Ciclismo BMX Racing – Paola Reis
14. Ciclismo Estrada – Ana Vitoria Magalhães
15. Ciclismo Mountain Bike – Henrique Avancini
16. Ciclismo Pista – Alice de Melo e Wellyda Rodrigues
17. Desportos na Neve – Noah Bethonico
18. Desportos no Gelo – Nicole Silveira
19. Escalada Esportiva – Anja Köhler
20. Esgrima – Nathalie Moellhausen
21. Esqui Aquático – Felipe Simioni Neves
22. Futebol – Kerolin Ferraz
23. Ginástica Artística – Rebeca Andrade
24. Ginástica Trampolim – Camilla Lopes
25. Ginástica Rítmica – Barbara Domingos
26. Golfe – Valentina Bosselmann
27. Handebol – Bruna de Paula
28. Hipismo Adestramento – João Victor Oliva
29. Hipismo CCE – Marcio Carvalho Jorge
30. Hipismo Saltos – Stephan Barcha
31. Hóquei sobre Grama – Adam Imer
32. Judô – Beatriz Souza
33. Karatê – Bárbara Hellen Rodrigues
34. Levantamento de Peso – Laura Amaro
35. Nado Artístico – Gabriela Regly e Laura Miccuci
36. Natação – Guilherme Costa
37. Patinação Artística – Bianca Corteze Ameixeiro
38. Patinação Velocidade – Guilherme Abel Rocha
39. Pentatlo Moderno – Isabela de Abreu
40. Polo Aquático – Gustavo Guimarães (Grummy)
41. Remo – Lucas Verthein
42. Rugby 7 – Rafaela Conti
43. Saltos Ornamentais – Ingrid de Oliveira
44. Skate – Rayssa Leal
45. Surfe – Filipe Toledo
46. Taekwondo – Maria Clara Pacheco
47. Tênis – Beatriz Haddad
48. Tênis de Mesa – Hugo Calderano
49. Tiro com Arco – Marcus Vinicius D’Almeida
50. Tiro Esportivo – Felipe Wu
51. Triatlo – Miguel Hidalgo Internacional
52. Vela – Martine Grael e Kahena Kunze
53. Vôlei de Praia – Ana Patricia e Duda Lisboa
54. Voleibol – Gabriela Guimarães
55. Wrestling – Laís Nunes
Outros prêmios anunciados na noite:
• Prêmio Inspire Riachuelo: Bruna Takahashi – Tênis de Mesa
• Destaques dos Jogos da Juventude
Larissa Afonso Borba – Natação
Daniel dos Santos Lima – Ciclismo
• Atleta OVVI Influenciador do Ano:
Luccas Abreu – Tiro com Arco
• Melhor Técnico Individual,
Camila Ferezin – Ginástica Rítmica
• Melhor Técnico Coletivo e
Ramon Ito – Beisebol
• Melhor Atleta eleita pela Torcida
Flávia Saraiva – Ginástica
• Retorno do Ano,
Alison dos Santos – Atletismo
• Equipes do Ano
Beisebol (masculina)
Voleibol (Feminino)
• Atleta Revelação. Maria Eduarda Alexandre