China registra em 6 dias cerca de 13 mil mortes ligadas à Covid em hospitais

A China registrou cerca de 13 mil mortes ligadas à Covid em hospitais entre 13 e 19 de janeiro, semana que antecedeu o Ano-Novo Chinês. As celebrações começam neste domingo (22) e vão até 5 de fevereiro.

Os dados não incluem as pessoas que morreram em suas casas. Há uma semana, o país informou que de 8 de dezembro a 12 de janeiro quase 60 mil pessoas morreram em centros médicos por complicações relacionadas à Covid. As cifras são questionadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China informou no sábado (21) que 681 pacientes hospitalizados morreram por insuficiência respiratória na última semana devido a complicações da Covid-19 e, outros 11.977, por outras doenças combinadas com o vírus.

A Airfinity, uma consultora independente, estima que a taxa de mortes diárias na China vai alcançar um pico de 36 mil durante o Ano-Novo Lunar. Em janeiro, a preocupação com a alta nos casos devido ao fluxo intenso de viagens fez com que uma autoridade do governo chinês desencorajasse publicamente a população a visitar parentes idosos durante as comemorações.

Essa é a primeira grande celebração no país sem as restrições da política de Covid zero, flexibilizada pelo regime no final do ano passado, após uma série de protestos contestando as medidas. A Airfinity calcula que mais de 600 mil pessoas morreram pela doença desde que a China abandonou o programa.

As autoridades de transporte chinesas projetam que em janeiro e fevereiro mais de 2 bilhões de viagens sejam feitas, num dos maiores deslocamentos humanos anuais do mundo. O líder chinês, Xi Jinping, expôs na quarta a preocupação com surtos em zonas rurais, onde há menos recursos de saúde.

A tendência do feriado é que habitantes das grandes metrópoles do país viajem para suas províncias de origem, muitas vezes mais afastadas, com um sistema de saúde menos aparelhado e taxas de vacinação mais baixas. O índice de imunização entre os idosos também é um ponto de atenção nesse momento.

Na quinta, o alto funcionário da Comissão Nacional de Saúde, Guo Yanhong, disse que o país já passou pelo pico de casos, segundo os registros de pacientes em clínicas e unidades de cuidados intensivos. Dias depois, no sábado, Wu Zunyou, chefe de epidemiologia do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, afirmou que o país não vai sofrer uma segunda onda de infecções nos próximos três meses.

“Ainda que a grande quantidade de pessoas viajando possa promover uma propagação até um certo ponto (…), a atual onda epidêmica já infectou cerca de 80% da população”, afirmou na rede social Weibo.

No sábado, moradores de Wuhan, megalópole onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez, no final de 2019, celebraram a chegada do Ano do Coelho com fogos, flores e oferendas para os mortos pelo vírus.

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