Centrão corre atrás de nomes femininos para ocupar Caixa e Funasa
Uma concessão o centrão ofereceu ao governo: indicar mulheres nos cargos para os quais Lula havia nomeado mulheres. Atende, com isso, a paridade de gêneros no governo.
Em negociação paralela à reforma ministerial desenhada para acomodar PP e Republicanos no governo, os partidos do centrão deverão apresentar nomes de mulheres para ocupar outros cargos relevantes do Executivo, como Caixa e a Funasa.
A preferência por indicações de nomes do sexo feminino atenderia um pedido do Palácio do Planalto, num momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido pressionado por aliados a não reduzir o número de brasileiras em cadeiras de destaque na máquina pública.
Com as tratativas em curso, o bloco tenta emplacar na presidência do banco estatal a ex-deputada Margarete Coelho (PP–PI), que é próxima ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ela substituiria outra mulher, Rita Serrano, ligada ao PT.
Atual diretora de administração e finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Margarete já atuou como advogada de Lira e também foi vice-governadora do Piauí na gestão de Wellington Dias (PT), hoje ministro do Desenvolvimento Social.
Na conjuntura atual, porém, o PP local é adversário de Dias no estado, com a liderança do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Jair Bolsonaro.
Já em relação à Funasa, há a intenção de que a presidência também fique com uma mulher, de preferência, que já tenha trabalhado no órgão.
Até agora, porém, não há um nome de consenso a ser indicado ao posto. Virgínia Velloso, que foi superintendente da Funasa na Paraíba e é mãe do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), é citada por uma ala do PP como cotada.
O órgão ainda passa por uma reestruturação, e não há definição sobre o tamanho do seu orçamento e a qual ministério ficará vinculado. Por isso, a escolha seguirá sendo debatida.
Há uma preocupação do governo em compensar eventuais saídas de ministras, que podem perder o cargo para abrir espaço aos deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA). Com a escolha de Celso Sabino para o Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro, o governo já aumentou a desigualdade na Esplanada: são 10 mulheres entre 37 pastas.
— Lula sempre defendeu valorizar e fortalecer a presença de mulheres, desde o início do governo, e certamente isso sempre será considerado ao longo de qualquer reorganização do governo — disse ao GLOBO o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.