Caso das joias: PF vê ‘indícios concretos de envolvimento’ de Bolsonaro na tentativa de reaver presentes da Arábia Saudita

A Polícia Federal encontrou “indícios concretos” do envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de reaver as joias da Arábia Saudita. O presente, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi retido pela alfândega da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021, após um membro da comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque entrar no país sem declarar os itens luxuosos. A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade e diz que o ex-presidente nunca “pretendeu locupletar-se ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.

Entre os indícios apontados pela PF está um ofício assinado pelo ajudante de ordens de Bolsonaro, o então coronel Mauro Cid, solicitando ao secretário da Receita Federal “autorização para retirada por um representante das joias apreendidas”. “A viagem desse representante, segundo o portal da transparência, foi para ‘atender demandas do Senhor Presidente da República'”, escreveu o delegado Adalto Ismael Machado ao conceder cópia do inquérito à defesa de Bolsonaro. O ex-presidente deverá prestar depoimento no dia 5 de abril.

No documento citado pela PF, Mauro Cid solicita no dia 28 de dezembro de 2022 ao então secretário especial da Receita, Julio César Vieira Gomes, que entregue os itens dados pela Arábia Saudita a um representante da Presidência da República, Jairo Moreira da Silva, que iria de Brasília a São Paulo para buscá-los.

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