Câmeras de reconhecimento facial da PM são furtadas e vandalizadas na Maré
Três câmeras de reconhecimento facial da Polícia Militar foram furtadas no entorno do Complexo da Maré, e uma quarta foi vandalizada. O sistema foi lançado pelo governo como uma novidade no combate ao crime, e deveria ajudar a localizar foragidos, mas tornou-se alvo dos bandidos.
Uma das câmeras não completou 24 horas instalada no entorno do complexo de comunidades, que fica na Zona Norte do Rio. O relato é da L8, que foi contratada pela corporação por R$ 18 milhões para fazer o serviço.
Em um documento enviado à PM no mês passado, a empresa diz:
“Para se ter ideia do absurdo, uma das câmeras não permaneceu 12 horas instalada, tendo sido furtada nesse curtíssimo espaço de tempo, gerando inúmeras consequências como atraso na instalação e prejuízo”.
O Complexo da Maré foi escolhido pelo governo como o primeiro território controlado pelo crime organizado a ser vigiado pelas câmeras de reconhecimento facial. O anúncio foi feito em outubro de 2023, após traficantes armados serem flagrados em um treinamento de guerrilha.
A instalação começou em outubro. Uma das câmeras perdidas fazia o reconhecimento de placas de veículos.
Ao ser notificada pela corporação sobre atrasos no cronograma, a L8 apontou a imensa dificuldade que enfrentou e ainda enfrenta em relação a essa localidade, que vai desde ameaças à integridade física dos colaboradores, a furto de equipamentos.
O risco de furto e vandalismo mudou até o planejamento das instalações em outras regiões da cidade, como na Praia de Copacabana.
A empresa contratada admite que aumentou a altura das câmeras para 8 metros de distância do chão para evitar a ação de bandidos. Só que a distância maior para os possíveis alvos interferiu nos testes realizados pela PM – que não ficou satisfeita com o resultado.
Em um documento do dia 14 de dezembro, o chefe do videomonitoramento da corporação afirma que “o recurso de reconhecimento facial não atingiu o mínimo especificado” para atender a demanda, “se mostrando ineficiente para a conclusão do projeto”.
A PM até considerou rescindir o contrato de forma unilateral, mas o sistema será ainda usado no carnaval da Marquês de Sapucaí.
“Qualquer vandalismo ao patrimônio público é inaceitável, seja público ou privado. Vamos continuar trabalhando junto com a Polícia Civil para identificarmos e prendermos