Câmara do Rio inaugura exposição de fotógrafo israelense que retrata a ‘resistência’ do Mar Morto
Fotografias de Moshe Bernstein chamam a atenção para o meio ambiente e sua relação com a cultura judaica
Com um olhar único sobre o lago mais salgado do mundo, que banha Israel, a Cisjordânia e a Jordânia, o fotógrafo israelense Moshe Bernstein, de 26 anos, traz à Câmara do Rio sua exposição “Cores do Mar Morto”, na qual ilustra em imagens “o processo de desaparecimento de um paraíso que definha diante dos olhos”, como diz o autor. Inaugurada nesta segunda-feira (8/9) no hall do Palácio Pedro Ernesto, a exposição ficará em cartaz até a próxima quinta-feira (11/9), com entrada gratuita.
Proposta pelo vereador Flávio Valle (PSD), a exposição de Moshe tem o objetivo de ir além da apreciação estética, funcionando como um convite à reflexão sobre beleza, resistência e memória. “Através de imagens que revelam a fragilidade e a força do Mar Morto, essa exposição nos lembra que há beleza mesmo naquilo que resiste ao tempo e à adversidade. E assim é a história do povo judeu, uma trajetória de resiliência, de reconstrução e de luz”, afirmou.
Questionado sobre seu processo criativo, Berstein contou que sua relação com o lago começou de forma intuitiva, com passeios pela região que se tornaram uma grande paixão. “No início, eu viajava toda semana para o Mar Morto com a câmera, sem saber aonde isso me levaria. Com o tempo, percorri toda a faixa do mar a pé, me apaixonei por cada canto e comecei a registrar a sua beleza e a sua dor”, explica Bernstein.
Para a vice-presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) e diretora de Eventos, Suzana Bennesby, o mar Morto é o retrato da cultura judaica milenar, onde passaram tantas civilizações. “Moshe consegue retrar ao mesmo tempo a beleza do mar Morto e a dor de vê-lo diminuir a cada dia, sem que haja nada que possamos fazer diante da força da natureza”, disse.
Mireille Pannett, fundadora da ONG Together For Peace (TFP), também compareceu à exposição e declarou seu amor à Israel e à beleza natural do lago. “Eu tenho o sonho de ir para Israel. Eu tenho família lá desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Eu espero que Deus me dê a oportunidade de chegar lá e conhecer o Mar Morto pessoalmente”, contou Mireille.
Sobre o Mar Morto
É o ponto mais baixo da Terra, localizado a 440 metros abaixo do nível do mar. Situa-se ao longo de uma falha geológica ativa, o que provoca o contínuo rebaixamento do vale do Mar Morto. Atualmente, é o único lago profundo e salgado do planeta que deposita sal (halita), fazendo jus ao seu nome bíblico: “Mar de Sal”.
Cerca de 10% do potássio utilizado mundialmente na agricultura e na produção de alimentos provém do lago. Esse processo se beneficia da intensa radiação solar e das condições áridas da região.