Bope e Core tentam conter confrontos na Praça Seca; milícia retoma Chacrinha do tráfico
Forças de elite das polícias do Rio de Janeiro, o Batalhão de Operações Policiais Especais (Bope), da PM, e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Civil, foram no início da manhã desta sexta-feira (15) para a Praça Seca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A região teve novos confrontos entre facções rivais na noite desta quinta-feira (14) e na madrugada desta sexta, no segundo dia de intensos tiroteios nas comunidades da região.
Dois helicópteros da polícia voavam a baixa altura sobre o bairro, e o Globocop flagrou militares cruzando a Rua Cândido Benício armados e correndo
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre feridos, prisões ou apreensões.
Favela invadida
A TV Globo apurou que milicianos conseguiram retomar o domínio da Chacrinha, até então controlada pelo Comando Vermelho, a maior facção criminosa do tráfico do estado.
A equipe de reportagem também apurou que o traficante Bruno Silva, o Tiriça, ordenou protestos em pontos diferentes da Praça Seca a fim de tirar o foco da polícia sobre a Chacrinha, permitindo que comparsas pudessem fugir.
Tiriça é um dos alvos da operação desta sexta.
O primeiro dia de confrontos
Ao longo de quinta, moradores registraram tiros e motoristas dando meia volta. O Globocop também flagrou a movimentação de criminosos armados na Chacrinha e no Bateau Mouche.
O Globocop também registrou diversas viaturas da PM na área, inclusive blindados.
No início da tarde, a rua Cândido Benício foi fechada na altura da estação do BRT Ipase, para uma manifestação.
Manifestantes chegaram a colocar fofo em lixeiras, e os serviços de BRT do corredor Transcarioca foram interrompidos por cerca de uma hora. Apenas uma linha ficou circulando, entre às 16h e às 17h: a que liga Madureira ao Galeão.
Antes, idosa baleada
Na quarta-feira (13), uma idosa de 77 anos foi baleada após entrar por engano na Estrada da Chácara, na Praça Seca. Ela não abaixou os vidros do carro, e criminosos atiraram contra o veículo. Ela foi atingida de raspão no pescoço.
Em comunidades dominadas por traficantes ou milicianos, há regras veladas para circulação de veículos: bandidos exigem que o motorista ligue o pisca-alerta, acenda a luz interna e abaixe todos os vidros. Também é comum haver barricadas em quase todos os acessos.
Após balear a motorista, os criminosos perceberam que não se tratava de policiais ou bandidos rivais, pediram desculpas à vítima e ordenaram que ela fosse levada até a Rua Cândido Benício para ser socorrida.