Bilionários mortos no fundo do mar: relembre implosão de submarino que chocou o mundo e termina o ano sem conclusão
Seis meses depois da tragédia a 4.000 metros de profundidade no Oceano Atlântico que chocou o mundo, a empresa OceanGate, dona do submarino que implodiu durante uma expedição aos restos do Titanic, não foi judicialmente responsabilizada.
A principal investigação sobre o caso, conduzida pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, ainda está em andamento e terminará o ano sem uma conclusão. Já a OceanGate, que se dedica a expedições científicas e turísticas no fundo do mar, cancelou todas as suas atividades.
Até dezembro deste ano, engenheiros das Marinhas dos EUA e do Canadá revisavam evidências encontradas nos destroços do Titan, o submarino de apenas 7 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e 2,5 metros de largura que acaparou a atenção do mundo inteiro em junho deste ano.
Durante quatro dias, milhões de pessoas acompanharam com a atenção as buscas pelo submarino, que terminaram encontrando destroços dentro do perímetro por onde a embarcação navegava.
O submarino implodiu a caminho de uma expedição turística para ver os restos do Titanic, que fica no meio do Oceano Atlântico e 3.800 metros abaixo da superfície, em uma camada do mar onde só pouquíssimas espécies marinhas sobrevivem.
Relembre abaixo os principais momentos do episódio:
A viagem
O Titan movia-se a uma velocidade de 5,5 km/h, impulsionado por quatro propulsores. A viagem duraria cerca de quatro horas, a partir do lançamento do submarino no oceano a partir de um navio que levou os passageiros até a altura do Titanic, a mais de 600 km da costa do Canadá.
Na última expedição do Titan, estavam a bordo:
- o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, piloto do submarino;
- o empresário paquistanês Shahzada Dawood;
- Suleman Dawood, que é filho de Shahzada;
- o bilionário e explorador britânico Hamish Harding;
- e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, principal especialista no naufrágio do Titanic.
O desaparecimento
Imediatamente após perder a comunicação, o navio base comunicou o desaparecimento a parentes dos passageiros e buscaram autoridades.
As buscas
Horas depois, Estados Unidos e Canadá mobilizaram suas equipes e começaram a operação de busca, à qual a França se uniu depois – o pesquisador Paul-Henry Nargeolet, um dos passageiros, era francês.
No dia seguinte, dezenas de navios, aviões e sondas dos três países chegaram dos Estados Unidos, do Canadá e da França e começaram uma corrida contra o tempo — eles estimavam algumas horas até que o oxigênio dentro da embarcação acabasse.
Após dois dias de mistério, um avião das Forças Armadas do Canadá registrou ruídos que se assemelham a batidas na mesma região de buscas. Foi o primeiro indício de que os passageiros do submarino poderiam estar vivos.
Toda a operação foi então deslocada para a área do ruído. No dia seguinte, um navio de pesquisa francês carregando um robô de mergulho em alto mar desacelerou enquanto fazia buscas nesse perímetro.
Os destroços
A localização de destroços ocorreu cerca de cinco horas depois de esgotar o prazo máximo de duração de oxigênio dentro do submarino estimado pela Guarda Costeira a partir de cálculos que levavam em conta o horário de início da viagem, em 18 de junho.
Os destroços foram levados à um porto da costa oeste dos Estados Unidos.
A investigação
A principal hipótese, ainda de acordo com a Guarda Costeira, é a de que a embarcação implodiu por uma falha técnica causada por erro ou negligência que fez com que o submarino cedesse à imensa pressão no fundo do mar, gerando uma implosão imediata e total.
Um dos principais complicadores para o avanço das investigações é que o CEO da OceanGate, norte-americano Stockton Rush, estava a bordo da embarcação, com outros quatro passageiros, entre milionários e um pesquisador. Os cinco morreram na hora, segundo a principal linha de investigação.
A OceanGate
Desde a confirmação de que o Titan se destruiu no fundo do mar, representantes da OceanGate falaram poucas vezes.
Um primeiro comunicado disse lamentar as mortes e afirmou que uma investigação própria seria feita.
No entanto, representantes da empresa não voltaram a se manifestar. O vice-presidente da OceanGate, Guillermo Sohnlein, que durante as buscas dizia ter muita esperança de que os tripulantes voltariam com vida, está atualmente investindo em outra expedição, agora para o espaço: sua nova empresa, Humans2Venus, quer levar pessoas interessadas a Vênus até 2030.