Beija-Flor campeã: veja todas as notas da apuração do Carnaval 2025 do Grupo Especial no RJ
A Beija-Flor foi a campeã do Grupo Especial do carnaval 2025 no Rio de Janeiro. A Unidos do Padre Miguel foi rebaixada para série ouro.
É o 15º título da Beija-Flor desde a fundação, em 1948, que vem 7 anos após o último, de 2018 (os outros foram conquistados em 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011 e 2015).
“Encerrei com chave de ouro. Deus foi muito bom. Eu não imaginava”, comemorou Neguinho da Beija-Flor, que fez em 2025 o último desfile como inttérprete da escola.
A apuração ocorreu na Cidade do Samba na tarde desta Quarta-Feira de Cinzas, 5.
Beija-Flor liderou desde o início e se isolou no final
A Beija-Flor liderou a apuração de ponta a ponta, mas não sozinha. Até o 6º quesito (Evolução), a escola dividiu a posição com outras escolas.
A liderança isolada veio no 7º quesito, fantasia, quando a Imperatriz Leopoldinense, que também vinha à frente desde o começo, não conseguiu a nota máxima
A vitória, entretanto, só foi confirmada no último quesito (comissão de frente), pois a diferença em relação à segunda colocada (Grande Rio), era de apenas um décimo.
Veja, abaixo, como foi a disputa entre as escolas quesito a quesito e, abaixo, um infográfico que mostra como ela se desenrolou.
- Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz, Mangueira e Tuiuti terminaram o 1º quesito, enredo, na liderança;
- Após o 2º quesito, mestre-sala e porta-bandeira, a liderança passou a ser de Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz e Tuiuti;
- Após o 3º, bateria, Beija-Flor, Imperatriz e Tuiuti lideravam;
- Após o 4º, harmonia, Beija-Flor e Imperatriz lideravam;
- Após o 5º, alegorias e adereços, Beija-Flor e Imperatriz lideravam;
- Após o 6º, evolução, Beija-Flor e Imperatriz lideravam;
- Após o 7º, fantasias, Beija-Flor ultrapassou e se isolou na liderança tendo obtido nota máxima, enquanto Imperatriz teve 9,9 e caiu para terceiro lugar. Grande Rio ficou em segundo lugar;
- Após o 8º, samba-enredo, Beija-Flor continuou na liderança, Grande Rio em segundo e Imperatriz em terceiro lugar;
- Após o 9º, comissão de frente, Beija-Flor campeã, Grande Rio na vice-liderança e Imperatriz em terceiro lugar.
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Como foi feita a apuração
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Cada quesito tinha quatro jurados. Cada um deles pôde dar entre nove e 10 pontos, podendo fracioná-los em décimos (9,1; 9,2; 9,3…), e devem justificar sempre que não derem a nota máxima — idealmente, o jurado precisa apontar especificamente onde e quando viu a falha.
A nota final de cada escola em cada quesito é dada pela soma das três maiores notas dadas pelos jurados. A nota mais baixa entre as 4 de cada quesito é descartada.
No penúltimo quesito, samba-enredo, a jurada Ana Paula Fernandes deixou as notas em branco para as escolas Tuiuti, Portela e Mocidade. Após consulta ao departamento jurídico, a organização atribuiu nota 10 às três agremiações, permitindo que a apuração prosseguisse normalmente.
Só tiraram nota 10
Veja as escolas que conseguiram todas as notas 10 de todos os jurados em cada quesito.
- Enredo: Imperatriz Leopoldinense, Estação Primeira de Mangueira, Beija-Flor e Grande Rio;
- Mestre-sala e porta-bandeira: Imperatriz Leopoldinense, Unidos do Viradouro, Salgueiro, Grande Rio e Unidos da Portela;
- Bateria: Imperatriz Leopoldinense, Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Unidos da Portela;
- Harmonia: Imperatriz, Beija-Flor e Grande Rio.
- Alegorias e adereços: Imperatriz Leopoldinense, Unidos de Vila Isabel e Grande Rio;
- Evolução: Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Beija-Flor e Grande Rio;
- Fantasias: Beija-Flor e Grande Rio;
- Samba-enredo: Beija-Flor, Grande Rio e Portela;
- Comissão de frente: Imperatriz, Beija-Flor e Grande Rio.
Relembre como foram os desfiles do Grupo Especial
- Unidos de Padre Miguel
A Unidos de Padre Miguel homenageia os 200 anos do primeiro terreiro de Candomblé do Brasil na história de Iyá Nassô, uma princesa negra escravizada. O enredo destaca a importância do Candomblé e a conexão com a comunidade da Vila Vintém.
- Imperatriz Leopoldinense
Em seu enredo, a Imperatriz decidiu ressaltar a sabedoria africana em a partir da saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô.
- Unidos do Viradouro
A atual campeã do carnaval carioca trouxe para a Sapucaí a história de Malunguinho, grande herói do século 19, líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco.
- Estação Primeira de Mangueira
A Mangueira levou a Sapucaí a contribuição dos povos bantos, de Angola, para a identidade do Rio de Janeiro, com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”.
- Unidos da Tijuca
A escola celebrou a história de um orixá, o Logun Edé, filho de Oxum, como um símbolo de esperança e renovação.
- Beija-Flor de Nilópolis
A Beija-Flor homenageou Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, conhecido como Laíla, que morreu em 2021, devido a Covid.
- Acadêmicos do Salgueiro
O Salgueiro exaltou diversos elementos de fé com raízes indígenas, crenças africanas e elementos da cultura popular carioca.
- Unidos de Vila Isabel
A Vila Isabel trouxe o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, falando sobre assombrações e entrou com um trem fantasma na Marquês de Sapucaí.
- Mocidade Independente de Padre Miguel
Com o enredo “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar”, a escola trouxe tecnologia, inteligência artificial e robôs para a Sapucaí.
- Paraíso do Tuiuti
A escola homenageou a Xica Manicongo, a primeira travesti do Brasil.
- Acadêmicos do Grande Rio
Com o enredo “Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, a escola mostrou o processo de formação da religião afro-brasileira Tambor de Mina
- Portela
A maior campeã do carnaval carioca escolheu homenagear o cantor e compositor Milton Nascimento com uma reflexão sobre como sua arte alcança diversas pessoas.