Ator de Zé Pequeno em ‘Cidade de Deus’ diz que exposição de histórias reais contribuiu para vitória brasileira no Oscar: ‘Faz muita diferença na tela’

Leandro apresentou um seminário para alunos da Escola Comunitária de Audiovisual de Votorantim (ECAV) no sábado (8), e, em seguida, contou ao g1 como foi acompanhar as indicações e a vitória do longa de Walter Salles como melhor filme internacional.

“Achei muito importante essa vitória para o cinema brasileiro, para mostrar nosso potencial. O Brasil é um país imenso, com uma diversidade e cultura riquíssima. O Brasil tem muita história para contar”, destaca o ator.

O ator explica que um possível fator que contribuiu para o reconhecimento de “Cidade de Deus” e “Ainda Estou Aqui” no exterior foi a exposição de histórias reais. Segundo Leandro, mostrar a realidade de um país para outro é algo que pode ser interessante, dependendo da forma com que a história for contada.

“As obras [‘Cidade de Deus’ e ‘Ainda Estou Aqui’] foram muito bem realizadas e filmadas, e isso faz muita diferença na tela. Qual que é o objetivo de uma obra audiovisual? É você se envolver com a história. Quem assistiu e ficou ali uma hora, duas horas, se envolveu com a história, a história ‘chamou'”, destaca.

De acordo com Leandro, a vitória do filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello também foi importante para as próximas produções nacionais, dando esperança de reconhecimento mundial para os futuros lançamentos do país.

Questionado sobre a realidade violenta representada no filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, Leandro destacou que, por mais que seja triste, as comunidades e favelas brasileiras continuam com altos índices de crimes violentos.

“Infelizmente ainda é uma realidade da maioria das favelas e periferias do Rio de Janeiro. Hoje em dia, o estado vive um problema muito sério de segurança pública devido ao aumento da criminalidade e da força que o tráfico de drogas conquistou nos últimos anos”, explica.

“‘Cidade de Deus’ é um filme de época. É uma realidade dos anos 60, anos 70, mas ainda persiste, ainda está ali. Aumentou o número de facções criminosas. No filme [‘Cidade de Deus’], era um grupo pequeno, e vai surgindo mais a cada ano”, acrescenta o ator.

Conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, a região da Cidade de Deus, Anil, Curicica, Gardênia Azul, Jacarepaguá e Taquaral registrou, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2024, 528 ocorrências de letalidade violenta.

No gráfico do ISP, é possível ver que o maior acúmulo de ocorrências foi registrado em março de 2023, com mais de 30 casos de letalidade. Confira:

Leandro Firmino vai interpretar o motorista Jarbas no remake de “Vale Tudo”. O papel foi de Stepan Nercessian na versão original da novela, que fez sucesso nos anos 80.

O remake da obra, que conta a história da família Roitman, uma das mais ricas e poderosas do Brasil, vai estrear no fim de março, e Leandro está com as expectativas altas para saber como será a recepção do público.

“Está todo mundo assim, bem normal, porque vão rolar comparações e, ao mesmo tempo, para mim é algo maravilhoso, né? Imagina, há 24 anos eu nem pensava em ser ator e, agora, estou em uma novela das 20h, sacou? E fazendo remake de ‘Vale Tudo’, só tenho que agradecer a Deus”, finaliza.

Além disso, o ator compartilhou que a sexta temporada da série “Impuros”, na qual interpreta Gilmar, deve estrear ainda este ano.