Assassino de mãe e filhas em Sorriso (MT) não demonstra ‘qualquer sentimento’ com relação ao crime, diz delegado

Preso pelo assassinato de uma mãe e três filhas na cidade de Sorriso, em Mato Grosso, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos não demonstrou “qualquer sentimento” com relação ao crime, após a confissão, segundo o delegado Bruno França Ferreira, responsável pelas investigações. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, e duas meninas de 10 e 12 anos foram mortas por Gilberto na madrugada do último sábado.

MÃE E FILHAS MORTAS EM MT:

— Ele ficou triste por ser preso, mas em nenhum momento demonstrou qualquer sentimento em relação aos crimes — diz França.

O delegado também diz que Gilberto nunca havia tido contato com nenhum dos membros da família. No entanto, da obra onde vivia e trabalhava, ao lado do imóvel onde o crime aconteceu, ele observava mãe e filhas.

Quem é o autor do crime?

Gilberto já tinha um mandado de prisão em aberto por tentativa de assassinato em Lucas do Rio Verde. O crime, segundo a polícia, seguiu os mesmos moldes da morte de Cleci e suas filhas. Ele também era alvo de outro mandado, dessa vez por um latrocínio cometido no município de Mineiros (GO), em 2013.

Como o crime aconteceu?

Mãe e filhas fizeram o último contato com o pai ainda na sexta-feira, horas antes do crime. Em depoimento, Gilberto alegou que teria invadido a casa com a intenção de roubar, após usar entorpecentes, mas foi confrontado por Cleci.

Segundo a polícia, a mãe foi a primeira vítima. Ela foi esfaqueada no pescoço. Com a movimentação, a filha mais velha saiu do quarto e também foi atacada por ele. Depois, o mesmo aconteceu com a menina de 12 anos. As três foram estupradas por Gilberto. A filha mais nova, de 10 anos, foi asfixiada em seguida.

Os corpos das vítimas foram encontrados já sem vida e com ferimentos profundos, como cortes no pescoço, segundo a Polícia Civil. Depois de cometer o crime, Gilberto dos Anjos retornou para o terreno ao lado, onde passava a noite. As roupas sujas de sangue foram recolhidas em um contêiner da obra, durante as investigações.

Áudio do pai

O marido de Cleci é caminhoneiro e trabalhava em outro estado no dia do crime. Ele relatou, em áudio enviado a um amigo no domingo, que não conseguia contato com a família desde a noite de sexta-feira.

Segundo o delegado Bruno França Ferreira, responsável pelas investigações, o homem estava no estado do Paraná, a trabalho, e por isso pediu a um amigo que conseguisse alguém para certificar a segurança da mulher e das filhas, que estavam com celulares desligados. Ouça o áudio:

“Você tem algum amigo ali em Sorriso que faz uns corres para a gente lá? Rapaz, eu tô desde sexta-feira de noite sem contato com minha família lá, com minha mulher e minhas filhas, cara. Tudo desligado, os telefones. Eu já tô ficando preocupado aqui. Mando mensagem, não me respondem. Ligo no WhatsApp, não atendem. Ligo no telefone normal e vai direto para caixa de mensagem. Achei que você estava em Sorriso, ia pedir para você dar uma olhada lá para mim, passar lá em frente de casa, olhar por baixo do portão e ver se o carro tá em casa, ver se tem algum movimento de gente lá. Rapaz, eu tô preocupado. Ontem de manhã mandei mensagem e não me responderam. Sempre me respondem”, diz o marido, no áudio.

Os corpos foram encontrados na segunda-feira, após a suspeita de vizinhos.

Como o autor do crime foi identificado?

— Deu match perfeito — diz o delegado Bruno França Ferreira, responsável pelo caso — Uma das vítimas morreu com um tufo de cabelo na mão. Na hora que fui confrontá-lo, vi que ele tinha um buraco no cabelo. Ele confessou em seguida.

chinelo foi encontrado enquanto os policiais vasculhavam os pertences do suspeito, que morava e trabalhava em uma obra ao lado da casa onde o crime ocorreu. Do local, segundo o delegado Bruno Ferreira, é possível ver o interior do terreno onde moravam as vítimas.

O comportamento de Gilberto dos Anjos enquanto os policiais investigavam a cena do crime, na manhã desta segunda-feira, chamou a atenção:

— Todos estavam curiosos, mas tinha um cara que nem chegava perto. Descobrimos depois que ele (Gilberto dos Anjos) tinha um mandado de prisão de Lucas do Rio Verde (MT). Esse crime seguia o mesmo modus operandi — diz o delegado.

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