Após fuga em Bangu 6, Secretaria de Administração Penitenciária do Rio faz contrato para trocar geradores e reforça segurança

Na última segunda-feira, primeiro dia útil após o fim de semana no qual três presos fugiram da Penitenciária Lemos Brito (Bangu 6), no Complexo de Gericinó, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) deu início a um processo administrativo para alugar geradores para quatro unidades prisionais. O equipamento na cadeia de onde os detentos escaparam não teria funcionado quando houve um apagão no sistema de monitoramento por câmeras, por isso, nada foi filmado. Bangu 6, no entanto, não está entre as unidades contempladas pelo novo contrato.

A Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho, Bangu 3, onde estão os principais chefes do tráfico da maior facção criminosa do Rio, vai receber um novo gerador. Segundo o documento de abertura do processo, ao qual O GLOBO teve acesso, os aparelhos das unidades prisionais estão sucateados em razão do “tempo de vida útil”. O contrato será para alugar três equipamentos: um deles será usado por Bangu 3 e a Penitenciária Serrano Neves, ambos em Gericinó. Um segundo gerador ficará no Presídio Elizabeth Sá Rego, também no complexo, e o terceiro, na Cadeia Pública Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo.

A fuga de três detentos fez, ainda, a secretaria tomar outras medidas. No último dia 30, foi solicitada a ida de 18 policiais penais para a Lemos Brito. Sete deles já tiveram suas transferências publicadas em Boletim Interno da pasta. No mesmo dia, os cinco agentes que estavam de plantão durante a fuga foram tirados da unidade. Em nota, a Seap afirmou que vem reforçando a segurança em Bangu 6. A unidade, com mais de 900 detentos, tinha cinco policiais penais de plantão durante a fuga do fim de semana.

Contrato de manutenção
A secretaria afirma ainda que a atual gestão estabeleceu um contrato de manutenção de geradores, em andamento desde julho de 2022, e que as novas providências “fazem parte da rotina de serviço”. Apesar da alegação da pasta, em um trecho da solicitação para o aluguel, o agente responsável atestou que não se aplicava a possibilidade de renovação de contrato vigente.

Os defeitos nos geradores não são o único problema enfrentado nas unidades prisionais. Em outro processo administrativo ao qual O GLOBO teve acesso, de compra de equipamentos para manutenção das unidades prisionais de Gericinó, um policial penal atesta que equipamentos usados para corte e poda de vegetação nos presídios já estavam “deficientes e depreciados devido ao tempo de uso”. O agente afirma, ainda, que isso fragiliza a segurança nos presídios e o desempenho do trabalho, uma vez que a vegetação não vinha sendo aparada adequadamente. Esse processo de compra foi iniciado no dia 19 do mês passado, antes da fuga.

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