Alerj: Jair Bittencourt retira a candidatura pouco antes da votação e Bacellar será candidato único

O deputado estadual Jair Bittencourt (PL) decidiu retirar sua candidatura à presidência da Alerj. Com isso, Rodrigo Bacellar será candidato único ao comando da Casa Legislativa. Mais cedo, o presidente do Tribunal de Justiça Henrique Carlos de Andrade Figueira decidiu que a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) será secreta, como antecipou a colunista do Extra, Berenice Seara. O pedido foi feito pelo deputado Felipe Poubel (PL).

Os cinco deputados do PSOL decidiram se abster na votação pela presidência da Casa, marcada para a tarde desta quinta-feira. Após a decisão dos psolistas, Jair Bittencourt decidiu retirar sua candidatura e Rodrigo Bacellar será a unica candidatura à presidência. Os deputados da ala favorável a Jair admitiam que a vitória só seria possível com os 17 votos de partidos de esquerda. A bancada do PT, maior da esquerda na Alerj, ainda não se posicionou como orientará os votos.

A Alerj vai cumprir a decisão judicial e implementar o voto secreto para a eleição. Uma cabine de votação é preparada no plenário da Casa. A liminar que determinou a mudança no sistema de votação foi um pedido de Felipe Poubel (PL) que estava na ala de Jair Bittencourt.

A poucas horas da eleição da mesa diretora e da presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), as movimentações nos bastidores estão a todo vapor. As bancadas do PT, PSOL e PCdoB se reuniram pela manhã para debater sobre como se posicionar na disputa, diante das duas candidaturas do PL.

Nem mesmo a reunião dos 70 deputados para a posse de ontem pôs fim aos telefonemas e tentativas de virar votos. O GLOBO apurou que Castro nos últimos dias se reuniu com 42 deputados para pedir apoio a Bacellar, usando seu prestígio junto aos parlamentares para tentar sacramentar a disputa. Nas últimas horas, a bancada governista continua tentando virar votos. Entre as negociações estariam a indicação de cargos no PROCON, atualmente sob a influência de deputados que estão com Rodrigo Bacellar, mas abririam mão para fortalecer o aliado na disputa da Alerj.

Desde a inauguração da nova sede da Assembleia Legislativa do Rio, em 2021, o histórico Palácio Tiradentes, na Praça Quinze, deixou de ser palco da efervescência da política fluminense. Mas, ontem, com a posse dos 70 deputados estaduais para o próximo mandato, os corredores reviveram o velho burburinho e a solenidade ficou em segundo plano. Teve muito cochicho, conversa reservada, cafezinho e disse me disse: tudo com foco na eleição do presidente e da Mesa Diretora da Casa, marcada para hoje.

No último fim de semana, a base do governo na Alerj rachou pela disputa do cargo mais importante da Casa. Integrantes do Partido Liberal (PL) e secretários do governo Cláudio Castro, Rodrigo Bacellar e Jair Bittencourt vão disputar a presidência. O clima estava tão quente ontem no Palácio Tiradentes que Carlos Minc (PSB), que presidia a sessão de posse por ser o decano, brincou com a situação ao iniciar a cerimônia:

— Boa-tarde a todos. Ocupem vossas bancadas e vamos proceder a votação nominal.

Segundo a ação, os artigos 7º e 8º do Regimento Interno dizem que o preenchimento de qualquer vaga será feita por cédulas impressas — uma para a presidência e outroa para os demais cargos. É preciso também ” colocação, em cabine indevassável, das cédulas em sobrecartas que resguardem o sigilo do voto”.

Foi um momento de desconcentração num dia tenso. A eleição do presidente será o primeiro teste do quebra-cabeça montado por Cláudio Castro em sua coalizão para se reeleger no ano passado. O secretariado estadual foi todo escolhido levando em consideração Bacellar no comando da Alerj. Mas essa peça não se encaixou no último minuto, já que Bittencourt, insatisfeito com a distribuição de cargos, desafiou o esquema planejado. A candidatura de última hora embaralhou os planos e deverá impactar o governo.

Cargos à disposição

Para apoiar Bittencourt, nomes do PL colocaram à disposição do Palácio Guanabara cargos e indicações. Além do próprio, que é secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, acompanharam o movimento Doutor Serginho (secretário de Ciência e Tecnologia) e o presidente estadual do PL, Altineu Cortes, que escolheu nomes na pasta da Educação.

Alguns “bombeiros” tentaram, sem êxito, ao longo da semana, unir as duas chapas. Mas quem conversa com os dois candidatos percebe que há poucas chances. O núcleo duro de Bacellar crê que, em caso de vitória de seu candidato, a ala derrotada perca o espaço conquistado no governo. Mas a conta não é simples. A grupo dissidente garante ter apoio de nove dos 17 deputados eleitos pelo PL. Se esse número se confirmar, mesmo em caso de derrota, Bittencourt sai da disputa fortalecido porque conquistará a liderança do partido, o que dá a ele o poder de escolher quem vai assumir cargos nas comissões.

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