Agente da PRF suspeito de entrar em CTI onde menina baleada está internada é identificado
O policial rodoviário federal suspeito de acessar o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias, na Baixada Fluminense, à paisana, foi identificado. A unidade de saúde é onde a menina H. dos S. S, de 3 anos, está internada em estado grave, após ter sido baleada em uma ação da PRF, no Arco Metropolitano, na noite de quinta-feira (7).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), será investigado o que exatamente o policial fazia no CTI e dependendo das conclusões poderá denunciá-lo à Justiça Federal por abuso de autoridade. Representantes do MPF estiveram no hospital para iniciar as investigações sobre o caso e no local, foram informados que o agente teria entrado no CTI, sem autorização da segurança do hospital.
Em nota, a PRF informou que a coordenadora geral de Direitos Humanos da PRF esteve no hospital acompanhada de integrantes da Comissão Regional de Direitos Humanos. No entanto, “fora essas pessoas, nenhum outro policial tinha autorização para estar no local”. De acordo com a corporação, um procedimento foi aberto na corregedoria.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que a Secretaria Municipal de Saúde está analisando as imagens das câmeras de segurança do hospital para verificar em que condições ocorreram a presença e circulação do agente sem autorização nas dependências da unidade de saúde.
Segundo a direção do hospital, na ocasião, o homem foi impedido de entrar no CTI do hospital, ao ser abordado pelo coordenador de segurança de plantão e informado de que não poderia ter acesso ao setor, já que não tinha autorização. De imediato, o coordenador de segurança conduziu o homem até a sala da equipe médica responsável, onde estavam os agentes do MPF.
O pai da menina, William Silva, contou que a família voltava da casa dos avós, em Itaguaí, na Região Metropolitana, por volta das 20h, quando passaram por uma viatura parada em um cruzamento na entrada de Seropédica, na Baixada Fluminense. Ele afirma que não houve ordem de parada, mas os agentes passaram a seguir e a ficar muito próximos ao veículo da família. Ele então decidiu dar seta para encostar o carro e, quando já estava no acostamento, quase parando, o automóvel foi alvo de quatro disparos.
De acordo com o agente que atingiu a vítima, ele e dois colegas perseguiram o carro depois que foi constatado que o veículo era produto de um roubo. Ele disse ainda que depois de dez segundos atrás do veículo, ouviram um som de disparo de arma de fogo, chegando a se abaixar dentro da viatura, e atirou apenas após escutar os tiros. O policial relatou que atirou três vezes com um fuzil calibre 556, porque a situação o fez supor que o disparo havia sido feito do automóvel.
A Polícia Rodoviária Federal afastou preventivamente os três policiais envolvidos na ação das funções operacionais, “inclusive para atendimento e avaliação psicológica”. A arma do agente que atirou também foi apreendida e vai passar por perícia. A instituição disse que as circunstâncias da ação estão em apuração pela Corregedoria e que colabora com as investigações da polícia judiciária para o esclarecimento dos fatos.