Acusado de matar amiga a facadas em Niterói passará por nova avaliação médica
A Justiça determinou que Matheus do Santos Silva, de 22 anos, acusado de ter matado a facadas uma amiga, Vitórya Melissa Mota, por quem era apaixonado, passe por nova avaliação médica. O laudo anterior constatou que ele sofria de transtornos mentais e que era “inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito” do crime que cometeu. A mãe da vítima, Márcia Maria Mota, que é assistente de acusação no processo, contestou o parecer e alega que Matheus tinha, sim, capacidade de compreender aquilo que fazia. O Ministério Público foi favorável ao pedido para que o réu seja novamente avaliado.
O rapaz foi preso em 2 de junho de 2021, acusado de esfaquear Vitórya, de 22 anos, na praça de alimentação de um shopping em Niterói, Região Metropolitana do Rio. No laudo contestado, a médica psiquiatra forense Sandra Greenhalgh conclui que ele precisa de internação como tratamento e pede nova reavaliação em três anos.
O Código de Processo Penal prevê que, em casos onde acusado não possua capacidade de entender o caráter ilícito do crime que praticou, ele pode ser considerado inimputável e será isento de pena, podendo ser submetido apenas a internação em hospital psiquiátrico.
A determinação para a nova avaliação é da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. No processo, os advogados da mãe de Vytória alegam que o laudo anterior, produzido por Sandra Greenhalgh, é incompatível com outras provas no processo e questionam a conclusão de que Matheus possui doenças mentais em razão de supostos vícios existentes no parecer médico.
Defesa defende laudo
A defesa de Matheus, por sua vez, defendeu o laudo e a conclusão de que Matheus não tinha capacidade de entender o crime cometido, devendo, portanto, ser absolvido. Ainda não há data para que o acusado passe pela nova avaliação médica.
Matheus está preso desde o dia do crime. O rapaz é acusado de feminicídio triplamente qualificado (praticado por motivo torpe, por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima). Testemunhas relataram que o rapaz nutria sentimentos afetivos por Vitorya e ficou contrariado quando a jovem respondeu que eles seriam apenas amigos.
Uma amiga de Vitórya contou à Polícia Civil detalhes da relação entre a vítima e Matheus. A testemunha era colega de turma dos dois no curso técnico de Enfermagem no Senac. Em depoimento aos policiais da 76ª DP (Niterói), a amiga contou que Matheus tinha se declarado para Vitórya, mas a jovem disse ao colega que a relação entre ambos era apenas de amizade. A testemunha também relatou que a vítima tinha decidido se afastar para não dar qualquer esperança, o que teria provocado a ira dele.
A testemunha disse ainda que conversou com Matheus, a pedido de Vitórya, com a intenção de confortá-lo. No entanto, ele mostrou indignação com o comportamento da vítima e afirmou estar sendo desrespeitado por ela. Para a testemunha, Matheus cometeu o crime porque a vítima não estava correspondendo aos seus sentimentos.