Policial reformado morto no Centro já foi denunciado por envolvimento no jogo do bicho

O policial reformado Leandro de Moraes Aguiar, que foi assassinado na tarde desta quinta-feira (2), no Centro do Rio, já foi acusado de envolvimento com um esquema de caça-níqueis na Zona Oeste. A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aconteceu em 2006.

Na época, Leandro e mais 28 pessoas, sendo 16 policiais militares, foram denunciados pela participação em uma quadrilha envolvida na disputa pelo controle do negócio de máquinas caça-níqueis.

De acordo com a denúncia, uma grande disputa se iniciou em áreas da Zona Oeste do Rio, com destaque para os bairros de Bangu, Santíssimo, Anchieta, Vila Kennedy, Realengo, Padre Miguel, Sulacap e Senador Camará, tendo como objetivo principal o domínio e a exploração de pontos de anotação de jogo-do-bicho, além de áreas para instalação e exploração das máquinas de jogos eletrônicos, conhecidas por máquinas de caça-níqueis.

Segundo o MPRJ, a disputa foi travada entre membros da família do falecido contraventor Castor de Andrade. Além de Leandro, também foram denunciados na época Rogério Costa de Andrade e Silva, Rinaldo Costa de Andrade e Silva e Renato Costa de Andrade e Silva, sobrinhos do falecido contraventor.

O juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal de Bangu, aceitou a denúncia do MPRJ. O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que o processo a qual Leandro e outros acusados respondiam foi encaminhado para a 4ª Vara Federal Criminal Federal, em novembro de 2007.

A justificativa, de acordo com o órgão, é que corria dois processos sobre o mesmo assunto, sendo um no âmbito estadual e outro no federal. Por isso, o mesmo fato não poderia ser alvo de dois processos. “Note-se que nos dois casos, o pedido de condenação se fundamenta na existência de quadrilha armada para a exploração ilegal de ‘máquinas caça-níqueis’, cujos componentes eletrônicos foram importados com violação das normas pertinentes, configurando, em tese, o crime previsto no artigo 334 do Código Penal, cuja competência para processar e julgar é da Justiça Federal”, diz a decisão.

Questionada, a Justiça Federal ainda não respondeu sobre como ficou o andamento desse processo. A Polícia Militar também foi perguntada se esse foi o motivo que Leandro foi reformado, mas também não respondeu. O espaço está aberto para manifestações.

Morte do policial

Leandro foi assassinado na tarde desta quinta-feira (2) em um prédio comercial na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. A suspeita é que ele tenha sido vítima de uma saidinha de banco.

Segundo o Corpo de Bombeiros, equipes do quartel do Centro foram acionadas por volta das 13h55 para o local. No entanto, os militares encontraram a vítima já em óbito por disparos de arma de fogo. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) também foram até o local. A área foi isolada e agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram perícia.

Os suspeitos conseguiram fugir. A Polícia Civil informou que abriu inquérito para investigar a morte do policial reformado. Testemunhas foram ouvidas no local e outras diligências serão realizadas para esclarecer o fato. Ainda não há informações sobre o sepultamento de Leandro.

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