Governo do Estado realiza mutirão de requalificação civil de nome e gênero na Baixada Fluminense
O programa Rio Sem LGBTIfobia, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, realizou a ação nesta quarta-feira, 29, em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans e Travesti
O mutirão, realizado no Centro de Cidadania LGBTI, em Duque de Caxias, tem o objetivo de intensificar os atendimentos de requalificação civil de nome e gênero para pessoas trans. As ações começaram no dia 10 de janeiro e vão até o dia 31. O polo funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h.
Sharlene Rosa, coordenadora do Centro de Cidadania LGBTI – Baixada I, e mulher trans, celebrou a ação: “Há 11 anos tive a minha retificação de nome. E hoje, temos políticas públicas que avançam e garantem a todas as mulheres trans a facilidade de ter a sua retificação”.
Os interessados precisam levar a certidão de nascimento original, identidade e comprovante de residência. Além da requalificação civil, a equipe interdisciplinar do Centro de Cidadania também oferece todo tipo de suporte necessário, com profissionais de assistência social, psicologia e equipe jurídica.
O serviço de requalificação civil de nome e gênero pode ser realizado em todas as unidades do programa, que oferecem todo suporte necessário para as demandas da população LGBTI+.
A influenciadora digital Kim Ivy dos Santos, de 19 anos, falou sobre a gratificação e o medo ao se descobrir uma mulher trans. “Hoje eu posso sair de casa do jeito que eu sou, me sentindo eu mesma… Mas, o problema é: quando eu vou voltar? É muito delicado a gente sair de casa e não saber se volta viva”.
De acordo com o dossiê anual sobre violência contra pessoas trans no Brasil, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 122 pessoas trans e transexuais foram assassinadas no país em 2024.
Travestis e mulheres trans representam 97% dos casos, com 1.141 assassinatos, nos últimos oito anos contabilizados na pesquisa.
“Hoje nós estamos aqui vibrando e trazendo essa esperança de ter muito mais respeito por nossa população. Viva o dia 29 de janeiro! Viva as mulheres transexuais do nosso Brasil!”, concluiu Sharlene.
O Rio Sem LGBTIfobia realizou, de janeiro a dezembro do ano passado, 2.290 atendimentos voltados para a requalificação civil de nome e gênero. Um aumento de 30% em relação a 2023.