Zelensky chega a Roma para encontro com Papa Francisco
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou à Roma, neste sábado, para se reunir com o Papa Francisco e líderes italianos, em busca de apoio para a esperada ofensiva ucraniana contra tropas russas. Esse será o primeiro encontro entre o presidente ucraniano e o Pontífice desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. No domingo, ele segue para a Alemanha, segundo fontes do governo alemão, que anunciou um novo pacote de ajuda militar ao país — o maior desde o início da guerra na Ucrânia.
Pelo Twitter, Zelensky anunciou a chegada à Itália e a agenda de encontros. Ele esteve com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e com o presidente da Itália, Sergio Mattarella. “Uma importante visita para a vitória próxima da Ucrânia”, escreveu o presidente ucraniano.
Neste sábado, a Alemanha anunciou o maior pacote de ajuda ao país desde o início da guerra — num valor equivalente a R$ 14,5 bilhões. A Itália foi um dos países europeus que enviou ajuda militar à Ucrânia e apoiou as sanções impostas à Moscou, apesar do histórico de boas relações com a Rússia.
A ida ao Vaticano ocorre duas semanas depois do Papa Francisco dizer que a Santa Sé está envolvida em uma missão mantida em segredo para negociar a paz entre os dois países. Na ocasião, o Papa recebeu o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal. Logo após a fala do Papa, representantes dos governos russo e ucraniano indicaram não ter conhecimento da proposta citada pelo Pontífice.
Fontes do governo alemão confirmaram a visita de Zelensky , neste domingo, à Alemanha, em meio ao anúncio do pacote de ajuda recorde. O presidente ucraniano poderia receber pessoalmente o prêmio Charlemagne, dedicado, este ano, a ele e à população da Ucrânia.
— Todos desejamos o fim rápido dessa guerra atroz da Rússia contra o povo ucraniano, o que, infelizmente não está à vista. Por isso, a Alemanha oferecerá toda a ajuda possível, pelo tempo que for necessário — declarou o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.
O pacote de ajuda inclui 30 tanques Leopard-1 A5, 20 novos veículos blindados do tipo Marder e mais de uma centena de outros veículos blindados menores, 200 drones de vigilância, quatro novos sistemas de defesa aérea Iris-T e suas plataformas de lançamento, mísseis de defesa antiaérea, 18 canhões do tipo Howitzer e munições.
Nos últimos dias, vários países, incluindo os Estados Unidos, aumentaram os envios de apoio financeiro e de armamentos à Ucrânia, para fortalecer uma anunciada ofensiva ucraniana contra as tropas russas. Nesta sexta, o governo russo chamou de “extremamente hostil” a decisão do Reino Unido de fornecer mísseis de logo alcance à Ucrânia. No dia anterior, o presidente ucraniano havia anunciado que precisava de mais tempo para dar início à contraofensiva, já que parte das armas prometidas por aliados ainda não foi entegue.
Avanço em Bakhmut
O Exército ucraniano afirmou, neste sábado, que avança em algumas zonas no entorno da cidade de Bakhmut, no leste do país, onde ocorre o confronto mais violento do capítulo atual da guerra.
“A operação defensiva na direção de Bakhmut continua. Nossos soldados estão avançando em algumas áreas da linha de frente, e o inimigo está perdendo equipamentos e tropas”, disse o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksander Syrsky, pelo Telegram.
A batalha de Bakhmut, uma das mais sangrentas e prolongadas do conflito, adquiriu, com o passar dos meses, um valor simbólico que vai muito além de seu interesse estratégico. Depois de expulsar as forças russas da cidade, Zelensky chegou a visitar o local, no fim do ano.
A cidade também está no centro da rivalidade entre as Forças Armadas russas e o fundador do grupo Wagner, que transformou a cidade praticamente em uma batalha pessoal para demonstrar o valor de seus mercenários e tenta ganhar força política. O comandante Yevgeny Prigojín chegou a ameaçar tirar seus homens da cidade e acusar os militares russos de reduzir o envio de armas ao grupo para evitar uma vitória na região. (Com AFP)