UPA de São Gonçalo é a primeira do Brasil a receber selo de atendimento personalizado

 

Certificação do Coren-RJ reconhece modelo inovador, baseado em teoria internacional de Gordon, que descreve os 11 padrões funcionais de saúde oferecendo um atendimento individualizado e humanizado

A UPA Colubandê, em São Gonçalo, foi a primeira Unidade de Pronto Atendimento do Brasil a receber uma certificação de boas práticas em enfermagem do Conselho Regional de Enfermagem. O selo premia a unidade após adotar um método eficaz e seguro para orientar os cuidados clínicos, que usa como parâmetro a teoria de Marjory Gordon, enfermeira norte-americana que criou o método considerado referência internacional.

O diferencial da UPA é a avaliação dos pacientes por meio de diagnósticos e intervenções feitos pela enfermagem, o que garante a continuidade do cuidado desde a entrada até a transferência para unidades de alta complexidade, caso necessário. O projeto inovador faz o registro e a documentação do atendimento de enfermagem baseado na teoria internacional de Gordon. O método avalia 11 padrões funcionais de saúde, como metabolismo, sono, crença, considerados uma ferramenta poderosa para a enfermagem. Dessa forma, os profissionais que convivem mais de perto com os pacientes podem identificar problemas de saúde, realizar diagnósticos de enfermagem e planejar intervenções.

“A UPA Colubandê implantou, com o uso de uma teoria de renome, um modelo padrão de atendimento e se tornou referência nacional em enfermagem. O selo bronze atesta a qualidade de um processo que funciona como um divisor de águas. O paciente acolhido por nós recebe a mesma linha de cuidados desde o momento em que entra na unidade até a sua saída”, destaca Ana Carolina Souza, coordenadora de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento de São Gonçalo.

Atendimento individualizado

Na classificação de risco, a UPA Colubandê usa critérios associados aos diagnósticos da equipe de enfermagem, o que proporciona maior nitidez sobre os cuidados que cada paciente inspira. Mais adiante, nas salas amarela e vermelha, também foram implementados processos baseados em Gordon, que aperfeiçoam os cuidados clínicos e proporcionam maior autonomia aos enfermeiros.

“Nosso fluxo de atendimento garante um cuidado personalizado e humanizado ao paciente. O processo de enfermagem é um método que organiza e sistematiza as ações de enfermagem e documentação da prática profissional com o objetivo de atender às necessidades de saúde do paciente. Conferindo cientificidade à prática clínica de enfermagem. Outro ponto importante é que o processo de enfermagem orienta o raciocínio crítico e o julgamento clínico, o que reflete na  autonomia do profissional de enfermagem na tomada de decisão”,  explica Milena da Rocha de Andrade, doutora em Ciências da Saúde pela UFRJ e enfermeira do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Estadual Alberto Torres.

No ano passado, o Heat e o Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro receberam certificações do Coren-RJ por implementar processos de enfermagem baseado na teoria de Wanda Horta. A enfermeira de Belém (PA) propôs que a enfermagem deve se estabelecer no atendimento das necessidades humanas em três dimensões: psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais.

“É um atendimento de cuidado voltado ao paciente como um todo: parte religiosa, cultural e social. Nossa visão de acolhimento é holística, pois enxergamos a assistência médica como um ecossistema que se interliga e o paciente está no centro do cuidado”, ressalta Cristiane Bazin, coordenadora da emergência do Alberto Torres.

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