Trump confirma que conversou com Maduro por telefone
“Eu não quero comentar sobre isso. A resposta é sim”, afirmou ele à imprensa, segundo informações da CNN. “Não diria que [a ligação] foi bem ou mal… foi apenas uma chamada telefônica”, completou, ainda de acordo com a rede de televisão. A ligação, revelada pelo jornal americano The New York Times, ocorreu no final de semana passado. Segundo o jornal, os dois discutiram a possibilidade de um encontro nos EUA, embora não haja reunião marcada.
O jornal informou que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, um dos principais críticos do regime de Maduro, também participou da chamada. Não foram divulgados detalhes sobre o conteúdo da conversa. Ainda segundo o NYT, a ligação aconteceu dias antes de entrar em vigor a decisão do Departamento de Estado de classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira. Os EUA acusam Maduro de liderar o grupo criminoso.
Trump já vinha sinalizando abertura para um diálogo com Maduro. O presidente venezuelano, por sua vez, afirmou estar pronto para um encontro “cara a cara”.
EUA sugere que Maduro peça asilo na Rússia
O senador republicano Markwayne Mullin, membro da Comissão das Forças Armadas da Casa, disse que os EUA sugeriram a Maduro que pedisse asilo na Rússia ou em outro país. Em entrevista à CNN, Mullin também afirmou que Trump não planeja promover um ataque à Venezuela.
“O que estamos tentando fazer é proteger nossas próprias costas”, disse. “Não vamos permitir que eles continuem usando a Venezuela como um país terrorista que envia toneladas de drogas aos Estados Unidos e matam nossos irmãos, irmãs e amigos”.
O senador afirma que Trump tentou inibir o tráfico por meio do fechamento das águas internacionais, mas a Venezuela continua contrabandeando drogas usando voos comerciais ou aviões privados “O Presidente deixou claro que está fechando o espaço aéreo”, disse.
Depois de afirmar que os EUA ofereceram a Maduro a oportunidade para que fosse embora da Venezuela, Mullin comenta que os próprios venezuelanos se manifestaram e disseram que querem um novo líder.
Venezuela vai investigar mortes em ataques a embarcações
A tensão entre EUA e Venezuela cresce desde agosto, quando Trump ordenou o envio de tropas militares para o Caribe sob a justificativa de combater o tráfico de drogas na região. Desde então, os EUA enviaram forças navais à região. Os militares já realizaram dezenas de ataques contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico, o que resultou na morte de pelo menos 83 pessoas.
A Assembleia da Venezuela vai abrir uma investigação sobre as supostas “execuções extrajudiciais” de cidadãos do país nos bombardeios militares dos EUA contra as embarcações no Caribe.
O presidente da Assembleia e apoiador do presidente Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, anunciou neste domingo, após se reunir com familiares das vítimas, que uma comissão de deputados será formada para investigar “os graves eventos que levaram ao assassinato de venezuelanos nas águas do mar do Caribe”.
Rodríguez especificou que o Ministério Público venezuelano também participará do inquérito sobre “os crimes que foram cometidos contra venezuelanos e latino-americanos na região do Caribe”.
É a primeira vez desde o começo da ofensiva dos EUA, em meados de agosto, que o governo venezuelano informa publicamente um encontro com parentes dos falecidos. O ministro venezuelano do Interior, Diosdado Cabello, afirmou então que as autoridades já investigavam o primeiro ataque, mas desde então não forneceu detalhes sobre o assunto.
Espaço aéreo fechado
“A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, por favor considerem o fechamento completo do espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela. Obrigado pela atenção a este assunto!”, escreveu Trump.
A Venezuela afirmou “repudiar com absoluta contundência” a publicação e sustenta que o anúncio americano viola princípios básicos do Direito Internacional e constitui “uma ameaça explícita de uso da força”.
O comunicado destaca que nenhum país tem autoridade para interferir no uso do espaço aéreo venezuelano. “A Venezuela não aceitará ordens, ameaças nem ingerências provenientes de nenhum poder estrangeiro.”
Colômbia faz coro à Venezuela contra presença americana no Caribe
Também alvo de hostilidades recentes de Trump, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, questionou o fechamento do espaço aéreo da Venezuela imposto pelo governo dos Estados Unidos, afirmando que a medida seria totalmente ilegal”. Em uma série de publicações na rede X, pediu que companhias aéreas que atendam à medida sejam multadas.
Petro disse que também existem vítimas colombianas dos bombardeios americanos contra embarcações no Caribe, unindo-se à condenação pela presença militar dos EUA na região.

