Trilha guiada explora os caminhos das águas do Jardim Botânico do Rio e destaca como o sistema hídrico do arboreto transforma o ambiente
Passado o mês mais seco já registrado no município do Rio de Janeiro, as águas de março trazem a esperança de dias mais chuvosos e temperaturas amenas. No Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em fevereiro, com o calor intenso, o trabalho de irrigação das plantas foi reforçado com a utilização de pipas d’água.
A atividade foi possível graças ao sistema de abastecimento pluvial que irriga o arboreto, utilizando a água da canaleta da Mata Atlântica oriunda do Rio dos Macacos. Criado no período colonial, o sistema continua em funcionamento até hoje. A iniciativa foi de Frei Leandro do Sacramento, primeiro diretor botânico da instituição, responsável por importantes transformações no arboreto.
Ao público interessado em conhecer o percurso das águas do arboreto, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro oferece, nesta sexta-feira (21/3), a trilha guiada “As águas do Jardim Botânico”. O percurso inclui cascatas, construções para o cultivo das plantas aquáticas, como os lagos, e monumentos cheios de história sobre o sistema hídrico do Jardim.
O passeio ocorre um dia antes do Dia Mundial da Água, 22 de março, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de chamar atenção para as questões sobre os recursos hídricos do planeta.
A trilha termina no Aqueduto da Levada, monumento construído em 1853 para abastecer o Jardim Botânico, suas cascatas, lagos e chafarizes. É um dos poucos aquedutos de pequeno porte do Rio e um dos marcos da história da evolução da cidade.
Até sua construção, a condução das águas no Jardim era feita por uma calha de madeira, cuja origem remonta ao abastecimento do Engenho de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa (atual Centro de Visitantes), do século 16, e, após 1808, ao movimento das rodas d’água da fábrica de pólvora, criada por Dom João, naquele ano. A região marca o limite do arboreto com a região de floresta pluvial atlântica secundária, que recobre a encosta circundante em continuidade ao Parque Nacional da Tijuca.
A coordenadora de Conservação da Área Verde, Martha Ronchini, destaca a sustentabilidade do sistema de abastecimento hídrico do arboreto.
– A água sai do Rio dos Macacos, percorre todo o arboreto, abastece os lagos, alimenta as cascatas, jorra pelo chafariz, sem a necessidade de bomba, movido apenas pelo peso da água, e retorna ao Rio dos Macacos, na altura da Rua General Garzon, seguindo para a Lagoa Rodrigo de Freitas, e tornando o sistema altamente sustentável – afirma, ressaltando que, quando todas as canaletas estão abertas, o clima dentro do Jardim se transforma. “A passagem da água aumenta a umidade do ambiente, tornando-o mais agradável. Em dias de calor intenso, essa contínua circulação hídrica beneficia significativamente o ecossistema do jardim”, completa Martha Ronchini.
A trilha terá início, às 10h, no Centro de Visitantes, e será conduzida pelas equipes do Serviço de Educação Ambiental e da Coordenação de Conservação da Área Verde. Não é preciso fazer inscrição. A atividade é gratuita, havendo apenas a cobrança de ingresso para o arboreto.
Serviço: Trilha guiada “As águas do Jardim Botânico”
Data: 21 de março (sexta-feira)
Horário: 10h
Ponto de encontro: Centro de Visitantes
Rua Jardim Botânico, 1008
Valor da entrada
Visitantes residentes na Área Metropolitana do Rio de Janeiro: R$ 18,00
Visitantes residentes no Brasil: R$ 29,00
Visitantes estrangeiros Mercosul: R$ 55,00
Visitantes estrangeiros: R$ 73,00
Crianças de até 5 anos não pagam. Estudantes, pessoas com deficiência ou com mais de 60 anos têm direito a meia entrada, apresentando documento comprobatório.
Pagamento na bilheteria apenas em dinheiro e pix. Ingressos online pelo site jbrj.eleventickets.com com pix ou cartão de crédito.