Trabalho escravo: em cinco meses, mais 132 empregadores entraram para a ‘lista suja’

A lista de empregadores com registro de trabalho análogo à escravidão chegou ao total de 289, segundo dados atualizados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Desde a última atualização, em outubro de 2022, foram anexados 132 novos nomes, entre pessoas física e jurídicas flagradas com atividade ilegal.

Em nota, o Ministério do Trabalho diz que nos três primeiros meses do ano já foram mais de mil resgates de trabalhadores nessa condição. A relação dos nomes na ilegalidade é publicada desde de 2003.

A atualização desta quarta-feira inclui casos em que não cabem mais recursos administrativos. O recorte é entre os anos de 2018 e 2022. Dentre os novos registros, Minas Gerais é líder com 35 casos identificados, seguido de Goiás com 15 e Piauí com 13.

A advogada trabalhista Janaina Bastos acredita que há, potencialmente, muitos casos subnotificados – isto é, não identificados pelas autoridades. Alguns motivos seriam a falta de acesso dos trabalhadores aos meios de denúncia e dificuldade de consolidação de provas, que muitas vezes não são suficientes para caracterização dos crimes e não entram nas estatísticas.

— Outro ponto de grande motivo dessa subnotificação é que os trabalhadores submetidos a essa condição estão em uma situação de vulnerabilidade tão grande, que a maior parte deles entende aquilo como a única forma de sobreviver. Eles não entendem que eles estão sendo submetidos a uma ilegalidade — argumenta Bastos.

A fiscalização envole auditores do Ministério do Trabalho, com a participação da Defensoria Pública da União, dos Ministérios Públicos Federal e do Trabalho, da Polícia Federal ou outras forças policiais.

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