Trabalho escravo: em cinco meses, mais 132 empregadores entraram para a ‘lista suja’
Em nota, o Ministério do Trabalho diz que nos três primeiros meses do ano já foram mais de mil resgates de trabalhadores nessa condição. A relação dos nomes na ilegalidade é publicada desde de 2003.
A atualização desta quarta-feira inclui casos em que não cabem mais recursos administrativos. O recorte é entre os anos de 2018 e 2022. Dentre os novos registros, Minas Gerais é líder com 35 casos identificados, seguido de Goiás com 15 e Piauí com 13.
A advogada trabalhista Janaina Bastos acredita que há, potencialmente, muitos casos subnotificados – isto é, não identificados pelas autoridades. Alguns motivos seriam a falta de acesso dos trabalhadores aos meios de denúncia e dificuldade de consolidação de provas, que muitas vezes não são suficientes para caracterização dos crimes e não entram nas estatísticas.
— Outro ponto de grande motivo dessa subnotificação é que os trabalhadores submetidos a essa condição estão em uma situação de vulnerabilidade tão grande, que a maior parte deles entende aquilo como a única forma de sobreviver. Eles não entendem que eles estão sendo submetidos a uma ilegalidade — argumenta Bastos.
A fiscalização envole auditores do Ministério do Trabalho, com a participação da Defensoria Pública da União, dos Ministérios Públicos Federal e do Trabalho, da Polícia Federal ou outras forças policiais.