13 de setembro de 2025
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Terapia hormonal em hospital estadual ajuda mulheres a chegarem à menopausa com qualidade de vida

Acompanhamento especializado no IEDE garante melhora da síndrome climatérica e pode ser iniciado antes do fim da menstruação

Muitas mulheres passam por uma fase da vida em que várias mudanças ocorrem em seus corpos. E a reposição hormonal pode ajudá-las a chegar à menopausa com qualidade de vida. Quem vive essa situação tem a possilidade de atendimento no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), no Centro do Rio.
A unidade do Governo do Estado oferece terapia hormonal para solucionar o mal-estar provocado nesta fase da vida. O ambulatório de Endocrinologia Feminina do instituto recebe pacientes que estão no sistema de regulação e são encaminhadas internamente pela unidade para diferentes tratamentos. De janeiro a julho de 2024, 768 mulheres foram atendidas pelo IEDE e, no mesmo período de 2025, foram 805 pacientes. O acompanhamento e as medicações são totalmente gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Especialistas explicam que a menopausa é um período fisiológico que acontece logo após o fim do período reprodutivo da mulher. É quando para a produção do estrogênio, um dos principais hormônios femininos, e começa um quadro de hipoestrogenismo. É comum as mulheres perceberem alterações como o aumento repentino da temperatura, conhecidos como fogachos ou calores, acompanhados de suores noturnos, palpitações, cansaço excessivo e insônia.

Para iniciar o acompanhamento no IEDE, além de apresentar os sintomas da síndrome climatérica, as mulheres devem estar em um período de até dez anos depois da última menstruação; ter menos de 60 anos de idade e ser reguladas para tratar doenças do ovário. Em seguida, os médicos do instituto solicitam exames de imagem, de sangue e vão investigar o histórico familiar de saúde da paciente para eliminar riscos e contra indicações que possam impedir a reposição hormonal.

Medicação gratuita

Se a mulher estiver apta e quiser iniciar o processo, serão prescritos os hormônios nas dosagens específicas para o caso dela e ela poderá retirar todos gratuitamente na farmácia da unidade. No entanto, a maioria das mulheres começa a sentir os sintomas até sete anos antes da menstruação acabar e não sabe que estão ligados ao início da menopausa.

“A perimenopausa é o período de transição para a menopausa e começa a partir dos 40 anos, mas pode começar antes. Nesta fase acontecem várias mudanças no corpo da mulher, mas como ela ainda está menstruando não associa os sintomas ao que chamamos de síndrome climatérica”, afirmou a médica especializada em endocrinologia feminina, do IEDE, Amanda Laudier.

A síndrome climatérica é o conjunto de sintomas que aparecem durante a perimenopausa. Geralmente, além dos fogachos – sensação súbita de calor intenso no corpo – e calafrios, as mulheres também sentem dores musculares e nos ossos. Pode haver aumento de peso e de gordura na região abdominal, perda de massa muscular, esquecimento frequente, mudança de humor repentina, aumento da glicose e do colesterol.

“No momento em que a mulher descobre um desses sintomas, os seus hormônios já estão se encaminhando para a menopausa. Este é um momento ideal para procurar um especialista para fazer a hormonioterapia porque aproveitamos uma janela de oportunidade e a transição para a menopausa acontecerá sem que ela esteja em sofrimento”, explicou a endocrinologista.
Reposição do estrogênio
Segundo a médica endocrinologista e diretora do IEDE, Karen de Marca, a terapia com que apresenta maior eficácia contra fogachos e os diversos sintomas é a reposição do estrogênio.

“Toda mulher que não tem contraindicação como histórico de câncer, doença ativa de fígado, problemas cardíacos e outros fatores, pode fazer a reposição hormonal”, explica a médica.

Aos 51 anos, Rosangela da Silva conta que começou a sentir os primeiros sintomas da síndrome climatérica antes mesmo de completar 40 anos. Segundo a paciente, a terapia iniciada em maio deste ano eliminou todo o mal estar que ela sentia.

“Eu tive vários sintomas, o calor excessivo, muitas dores nos ossos, nas pernas, aumento de peso e mudança de humor. Com a reposição, os sintomas desapareceram. Estou muito mais feliz”, afirmou Rosângela.

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