8 de outubro de 2025
NotíciasNotícias 24hs

Tarifaço: resistente, café pode ser estocado agora para ser exportado só em 2026

Setor está em compasso de espera, aguardando que o produto entre em lista de exceções do governo dos EUA. Grão pode ser armazenado por até oito meses sem perder suas propriedades.

A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entra em vigor em 6 de agosto, impactou fortemente os exportadores de café do Brasil.

Mas como o café pode ser armazenado por meses sem perder qualidade, o setor tem margem para aguardar as negociações entre os dois países, ao contrário dos exportadores de produtos como frutas e pescados.

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o grão preserva a qualidade por até oito meses após a colheita.

 

Com isso, a safra colhida em 2025 pode ser exportada somente no próximo ano, reduzindo em parte a preocupação do setor.

☕Setor espera isenção da tarifa

 

Enquanto isso, os exportadores estão em compasso de espera, aguardando que o café seja incluído na lista de exceções ao tarifaço de 50%.

Em 2025, já foi colhido cerca de 85% do café arábica brasileiro, o tipo mais comprado pelos EUA, segundo dados da consultoria Safras e Mercados. A partir deste mês, ele começa a ficar disponível para exportação, e boa parte ainda não foi negociado.

Um dos fatores que animou o setor foi a fala recente do secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, sobre a possibilidade de o café entrar numa categoria de produtos com tarifa zero de importação.

Lutnick não citou o Brasil e nenhum outro país. No dia seguinte, Trump oficializou a tarifa de 50% com quase 700 exceções, mas o café ficou de fora.

Outro ponto a favor dos exportadores é a relevância do café brasileiro para os Estados Unidos, maiores consumidores da bebida no mundo e com pouca produção.

O Brasil é responsável por um terço do café consumido nos EUA e por 44% da produção mundial de café arábica, o tipo mais importado pelos americanos. Os concorrentes têm participação bem menor.

Nos EUA, grande parte do café arábica brasileiro é usada em blends, misturado a grãos mais suaves de países como Colômbia e outros da América Latina.

O café nacional, conhecido pelo corpo e doçura, equilibra o sabor final do produto consumido nos EUA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *