Semana de Combate ao Aborto é incluída no calendário do Rio e provoca polêmica
Medida foi sancionada nesta terça-feira (11) pela prefeitura do município
A proposta divide opiniões na Câmara dos Vereadores desde que entrou em votação. Amorim defende a criação da campanha como uma forma de mobilizar a sociedade em torno da proteção da vida. “Uma semana para discutirmos formas de acolher a mulher vítima de estupro, para pensar em adoção rápida e responsável, para discutir como podemos penalizar ainda mais os criminosos. E, acima de tudo, para dizer a mais pessoas: aborto é crime!”, afirmou o autor do projeto.
O parlamentar também citou a democracia como base legal para a criação da campanha: “Assim é a democracia, embora haja muita gente com delírios totalitários na esquerda, que acha que precisam convencer a todos de que o aborto é algo natural e aceitável. A democracia prevê que nós, que achamos o aborto algo hediondo, anticristão e repugnante, temos direito de difundir o nosso ponto de vista.”
“Essa decisão [da Semana Municipal de Combate ao Aborto] é extremamente preocupante e representa, mais uma vez, um retrocesso no debate público sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Falar em ‘combate ao aborto’ é insistir numa lógica punitiva e moralista, quando o que deveríamos estar construindo é uma política séria de prevenção à gravidez indesejada, ampliação do acesso a métodos contraceptivos e fortalecimento do atendimento humanizado nos casos previstos em lei”, disse a parlamentar.
Além disso, Thais afirmou que pretende propor, nos próximos dias, a criação da Semana Municipal de Promoção do Atendimento Humanizado em Casos de Aborto Legal, com o objetivo de promover formação e conscientização sobre o direito ao atendimento seguro e respeitoso às mulheres e meninas.
“A melhor forma de discutir o tema é com base em dados, informação e acolhimento, não em culpa ou dogma. Enquanto alguns preferem promover o medo e o julgamento, nós escolhemos promover o cuidado, a informação e o respeito à vida das mulheres”, concluiu a vereadora.

