1 de outubro de 2025
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Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos leva campanha “Trajetórias” para Aperibé

Servidores municipais podem identificar vítimas de tráfico de pessoas e trabalho escravo após capacitação oferecida pelo Governo do Estado

A campanha itinerante, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, chegou em Aperibé nesta terça-feira, 30 de setembro, na Região Noroeste Fluminense. O Centro de Convenções Ataíde Faria Leite, próximo a prefeitura, abrigará a mostra até o dia 9 de outubro.

A ação, em parceria com os municípios de Aperibé, Itaocara e Cambuci, é voltada para a educação e tem o objetivo de orientar agentes públicos, gestores e técnicos que atuam na ponta, sobre tráfico de pessoas, trabalho escravo, migração e refúgio. A ideia é envolver principalmente os profissionais que lidam com a população no dia a dia, como escolas, hospitais e locais públicos, onde crescem os casos de bullying e de intolerância, além de fazer um alerta para o aumento de casos de tráfico de pessoas por meio das redes sociais e oferecer os canais para denúncia.

A subsecretária de Assistência Social de Aperibé, Sônia Lopes, aprovou a capacitação e comentou a importância de ações como essa para os servidores do município.

– Enquanto assistente social, eu queria mencionar a importância dessa ação aqui hoje, é uma forma de contribuir com o nosso trabalho na ponta. É ter um pouco de conhecimento e vivência de tudo que acontece, da prática que toda equipe que esteve aqui nos passando, do sentimento que eles expressam ao viver isso e que pode despertar em cada profissional que assistiu, inclusive dos municípios vizinhos de Aperibé, como Cambuci e Italva, de como podemos executar esse trabalho na ponta. E vamos levar isso para o nosso trabalho. E que venham mais capacitações.

O trabalho acontece por meio de uma parceria entre as Coordenadorias de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo e de Políticas de Migração e Refúgio, da Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos; da Subsecretaria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS); com o Projeto Ação Integrada.

A subsecretária de Promoção, Defesa e Garantia de Direitos Humanos, Aline Forasteiro, celebrou a parceria intersetorial.

– Esse projeto é fruto da união entre duas Subsecretarias e mostra o poder de se trabalhar com intersetorialidade. Buscamos o apoio das prefeituras e secretarias municipais para que juntos possamos abordar temáticas tão relevantes como o combate ao tráfico de pessoas, racismo e trabalho escravo. E os resultados vêm sendo extremamente significativos – celebrou a subsecretária.

A 7ª edição da campanha está aberta para visitação no Centro de Convenções Ataíde Faria Leite – Rua Vereador Airton Leal Cardoso, próximo a prefeitura, das 10h às 17h, até 9 de outubro. O subsecretário de Gestão do Sistema Único de Assistência Social, Felippe Souza, destacou as parcerias que fazem o projeto ir para rua.

– A materialização desse trabalho só é possível graças à atuação da coordenação de comunicação, que, com sensibilidade técnica e generosidade no diálogo, transforma diretrizes em ações concretas. Essa escuta atenta e comprometida contribui diretamente para que a mensagem alcance o público certo, amplificando o impacto e a relevância da campanha. Aliado a esse trabalho, a integração entre o SUAS e os Direitos Humanos possibilita um atendimento diferenciado e individualizado aos municípios.

Campanha desenvolvida envolve duas exposições distintas

A mostra “Trajetórias” engloba duas exposições distintas, “Ressignificar” e “Nós por Nós”. A primeira, resultante do trabalho realizado no Projeto Desenhando Novas Histórias, da SEDSODH e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que apresenta as histórias de vítimas do tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão, relatadas por meio de artes visuais e falas. Após um profundo trabalho de escuta grupal com direção psicanalítica oferecido às vítimas acolhidas no projeto, como forma de superar traumas e dar novos significados para os crimes sofridos.

Já a exposição Nós por Nós, desenvolvida em parceria com o Projeto Ação Integrada, relembra o caso do jovem congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, e reúne fotografias da infância, juventude e vida cotidiana de Moïse, além da exibição de um mini documentário com depoimentos de amigos e familiares. Nesse conjunto, o que se oferece não é apenas uma homenagem póstuma, mas um gesto de reconstrução de uma história que chocou a sociedade na busca que a conscientização evite a reprodução destes casos.

Juntas, as ações propõem uma jornada de escuta, memória e mobilização coletiva, estimulando o debate crítico e o fortalecimento do combate às violações de direitos que ainda marcam nossa sociedade.

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