26 de setembro de 2025
Baixada FluminenseBelford RoxoNotíciasNotícias 24hs

Secretaria de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo promove seminário sobre Família Acolhedora

Mais de 1.500 pessoas lotaram o auditório da Igreja Batista Bairro das Graças, Centro de Belford Roxo, na manhã da última quarta-feira (24/09) para participar do II Seminário Família Acolhedora: o papel do Serviço Família Acolhedora na Garantia de Direitos. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) através do Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, com objetivo de dinamizar o serviço entre as famílias do município.

Alta complexidade

Diogo Bastos, secretário municipal de Assistência Social e Cidadania, que estava acompanhado de sua subsecretária, Letícia Guimarães, da Diretora de Proteção Especial de Alta Complexidade, Maria Célia Vasconcelos, e da Coordenadora do Serviço Família Acolhedora, Pâmela Rodrigues, lembrou que o serviço foi implantado no município em 2019 e por falta de interesse político, naquela ocasião, não foi desenvolvido, como deveria. “Se a gente não integrar, não consegue entregar”, assegurou. “O Serviço Família Acolhedora é uma porta, para o sujeito de direito, seja criança ou adolescente, ter o convívio familiar. Convidei a Secretária Municipal de Educação, Sheila Boechat e o Secretário Municipal de Saúde, Eduardo Feital, para abraçarem e fortalecerem o desenvolvimento do programa”, disse Diogo, que gerencia 25 unidades de assistência social e cidadania na cidade.

Família Acolhedora

 É um Programa Nacional, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, incorporado ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 2009, executado por estados e municípios, em parceria com a sociedade civil. O serviço é destinado a crianças e adolescentes afastados da família, por medida de proteção judicial. As famílias não adotam, acolhem com conhecimento do retorno do indivíduo à sua família de origem. Em casos de impossibilidade, a criança ou adolescente é destinado para adoção.

Lar temporário

A Família Acolhedora oferece um lar temporário, que não pode ultrapassar 18 meses, enquanto a situação da família de origem é resolvida, sem intenção de adoção. Além do aconchego familiar, deve oferecer afeto e cuidados diários, proporcionando: higiene, alimentação, saúde, educação. Levar à escola, ao médico e atividades de lazer. Durante o período deve colaborar com as visitas de assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais da rede de proteção. Em alguns programas há um apoio financeiro que deve ser comprovado com notas fiscais.

O que precisa para acolher

A família interessada no acolhimento precisa entrar em contato com o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA). Em Belford Roxo, o endereço é: Secretaria Municipal de Assistência Social, Estrada Retiro da Imprensa, 1423, Bairro Piam, de segunda-feira a sexta-feira, em horário comercial, para se inscrever a aguardar o processo de seleção.

É necessário ter mais de 18 anos, não ter antecedentes criminais e tampouco dependência de substância entorpecente. Os membros da família devem concordar com o acolhimento. Uma equipe técnica faz acompanhamento contínuo com objetivo de garantir que a família esteja preparada para receber a criança ou adolescente.

‘Amor e afeto para quem não tem’

A Cuidadora de Idosos, Renata Alves Roza, 42 e seu marido, o pedreiro Marcos Paulo, 33, moradores do Bairro Parque Amorim, em Belford Roxo, já passaram por todo processo para fazer parte do Serviço Família Acolhedora e estão habilitados e ansiosos para acolher. Eles têm quatro filhos de: 23, 21 (Autista),18 e o mais novo de 14 anos, que é adotado. Renata contou que foi no Fórum, durante o processo de adoção, que descobriu o Serviço da família Acolhedora. “Vi um cartaz afixado na parede, escrito: Família Acolhedora. Aquilo me chamou atenção. Procurei informação e não perdi tempo. Fui parar na Secretaria de Assistência Social e aí, tudo começou. Não vejo a hora da chegada do novo membro da família. Mesmo temporário, será tratado como nosso filho ou filha. Estamos preparados para dar amor e afeto para quem não tem”, afirma.

Período estabelecido

O casal, Julio César Souza da Silva, 60, pedreiro e Gracilene Pereira da Silva, 35, dona de casa, saiu de São Gonçalo para ir a Belford Roxo palestrar sobre a experiência que tem. Avós e pais de três filhos, eles já fizeram 11 acolhimentos (crianças e adolescentes) junto à família. É muito gratificante. Não consigo me ver, sem acolher”, garante Gracilene. Ela disse que a família tem um grupo no WhatsApp com membros das famílias de origem e os acolhidos que passaram por sua casa. O contato com todos não foi só no período estabelecido, é para sempre. Participamos de tudo, aniversários, batizados, comemorações”, conta. “Nossa felicidade pelo que fazemos é tão grande que já incentivamos nossos vizinhos. Os que moram ao lado já estão no segundo acolhimento”, declarou Júlio César. Julio e Gacilene estavam acompanhados da Coordenadora do Serviço de Acolhimento da Prefeitura de São Gonçalo, a Assistente Social July Pacheco. “Este trabalho é maravilhoso. Temos 24 famílias habilitadas e já acolhemos 32 crianças”, disse July.

Em busca de experiência

A Secretária Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos, Envelhecimento Saudável e Habitação, de Tanguá, Hezimara Duarte, estava entre os participantes do seminário. Ela contou que o serviço ainda não está funcionando no município. “O Programa está aprovado pela Câmara Municipal. Em breve, estaremos habilitando muitas famílias acolhedoras em nossa cidade. Vim em busca de experiência”, disse.

A presidente do Fórum Estadual do Serviço Família Acolhedora, Assistente Social, Doutora e Mestre em Serviço Social, Nathália Figueiredo palestrou durante o evento e interagiu com o público. A Gestora Pública, assessora técnica da Coordenadoria de Alta Complexidade da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Débora Linhares, também palestrou. Segundo Débora, 28 municípios do Estado do Rio de Janeiro estão com o serviço implementado. O secretário Municipal de Saúde, Eduardo Feital, assegurou ter abraçado o Serviço de Acolhimento e que sua equipe técnica está à disposição. Emocionado, citou Deus, e disse que trabalhar com Saúde é acolher também todos os dias. Sheila Boechat, secretária de Educação, anunciou que, em breve, a Assistência Social estará inserida nas escolas da rede municipal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *