Suspeito de integrar quadrilha que aplica golpes em idosos é preso em Nova Iguaçu
Grupo entrava em contato com as vítimas para oferecer benefícios inexistentes e usava dados para fazer empréstimos sem autorização
Um suspeito de integrar uma quadrilha especializada em aplicar golpes em idosos, aposentados e pensionistas foi preso, nesta terça-feira (23), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De acordo com a Polícia Civil, Marcus Vinicius Oliveira de Abreu é apontado como peça importante no esquema criminoso.
Segundo a corporação, a atuação do grupo era contínua, organizada e pensada para enganar, roubar e dificultar a recuperação do dinheiro das vítimas. Para aplicar o golpe, os integrantes da organização entravam em contato com idosos por telefone, passando-se por representantes de escritórios ou supostos intermediários de benefícios.
Durante as ligações, eles diziam que as vítimas tinham direito a receber dinheiro fácil, como um falso “14º salário”, “resíduo de FGTS” ou vantagens previdenciárias inexistentes. Após serem convencidos, os idosos eram chamados para comparecer pessoalmente a escritórios usados como fachada.
Nesses locais, os criminosos tiravam fotos das vítimas e copiavam seus documentos, alegando que aquilo era necessário para liberar o dinheiro prometido. Os dados, na realidade, eram usados para contratar empréstimos consignados em nome das vítimas, sem que elas soubessem ou autorizassem.
Após a liberação dos valores, as vítimas eram levadas a bancos e induzidas a digitar senhas ou usar a biometria, permitindo que o dinheiro fosse rapidamente transferido ou sacado.
Uma vez aplicado o golpe, as vítimas só percebiam que haviam sido enganadas quando seus benefícios começavam a vir com descontos mensais, comprometendo despesas básicas como alimentação, remédios e moradia.
Dentro do esquema, Marcus Vinicius emprestava sua conta bancária para receber o dinheiro roubado das vítimas. Depois de ficar com uma parte do valor como pagamento, ele repassava o restante para outros integrantes da organização, o que ajudava o grupo a esconder o caminho do dinheiro e dificultava a identificação dos responsáveis pelo crime.
A prisão de Marcus reforça que todos os envolvidos, inclusive aqueles que “emprestam” contas para movimentar dinheiro ilegal, respondem criminalmente por seus atos, segundo informou a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE).

