Rapper Oruam deixa prisão depois de 69 dias
Multidão se reuniu para acompanhar a soltura do artista
O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, deixou a cadeia na tarde desta segunda-feira (29). Fãs e amigos estiveram na porta do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, para acompanhar a saída do artista. O cantor teve a prisão preventiva revogada pelo ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sexta-feira passada (26).
De cabelo preto e em clima de festa, o rapper deixou a Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, às 17h08, segundo informou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Ele, que estava preso desde 22 de julho, foi recebido pelos fãs e amigos. MC Poze do Rodo, que também foi preso recentemente, MC Cabelinho, Borges, Chefin e outros artistas estiveram no local para acompanhar a saída de Oruam.
Segundo relatos, antes do rapper deixar a prisão, houve confusão entre os que estavam presentes para acompanhar a soltura e a polícia. Bombas de gás lacrimogêneo teriam sido direcionadas contra os fãs do cantor.
A prisão preventiva de Oruam foi revogada pelo STJ. Na decisão, o ministro observou que o decreto de prisão preventiva tem fundamentação insuficiente, em princípio, para a imposição da segregação antecipada. Para ele, o julgador de primeiro grau usou de argumentos vagos para se reportar ao risco de novas práticas criminosas e de fuga, sendo que o recorrente é primário e teria se apresentado espontaneamente para o cumprimento do mandado de prisão. Apesar de ter deixado a cadeia, Oruam deverá cumprir uma série de medidas cautelares. Confira:
– Proibição de acesso ao Complexo do Alemão e a outras áreas classificadas como de risco pela Corregedoria;
– Proibição de contato e aproximação, em um raio de 500 metros, dos demais acusados e de um adolescente citado no processo;
– Proibição de deixar a comarca por mais de sete dias sem autorização judicial;
– Recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h;
– Uso de tornozeleira eletrônica, com monitoramento pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O cantor foi indiciado por tráfico de drogas, associação ao tráfico, dano ao patrimônio público, desacato, lesão corporal, ameaça e resistência qualificada. Recentemente, foi denunciado por corrupção ativa e por dirigir de forma perigosa com a habilitação suspensa.
O rapper é filho de Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho (CV), preso desde 1996, e sobrinho de Elias Pereira da Silva, o “Elias Maluco”, responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002.