4 de dezembro de 2025
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Quatro novos projetos de descarbonização automotiva recebem R$ 210 mi pelo Mover

Quatro projetos de descarbonização e digitalização da cadeia automotiva vão mobilizar, nos próximos três anos, R$ 210 milhões de empresas da cadeia automotiva pelo Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), iniciativa ligada à Nova Indústria Brasil (NIB). Com os recursos, disponibilizados via Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), serão criadas tecnologias inéditas no país para motores a etanol, produção de aço, sensores radar automotivos e novas soluções com grafeno.

Os quatro projetos foram aprovados na chamada Projetos Estruturantes com Embrapii e Senai. O anúncio ocorre nesta quinta-feira (4/12) pela Plataforma Inovação para a Indústria. Dos R$ 210 milhões, 85,5% são recursos não reembolsáveis do Mover e 14,5% são contrapartida das empresas.

Os projetos serão desenvolvidos por grandes indústrias do setor automotivo e siderúrgico, como Volkswagen, Stellantis, General Motors, Hyundai, Toyota, Usiminas e CSN; startups e instituições de ciência e tecnologia (ICTs).

As chamadas se diferenciam pela complexidade e impacto das soluções propostas, que devem ser executadas em até 36 meses por pelo menos cinco indústrias, junto às unidades Embrapii e aos institutos SENAI de Inovação.

“Este é um excelente exemplo de como o Mover estimula o investimento em todo o ecossistema de inovação brasileiro, com foco em eficiência energética, descarbonização e soberania tecnológica”, avalia o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Aqui estão presentes grandes montadoras, startups e ICTs, em projetos de alta relevância desenvolvidos a partir dessa grande parceria do MDIC com o SENAI e Embrapii, que tem sido fundamental neste e em outros programas da NIB”.

Segundo o diretor-geral do Senai, Gustavo Leal, ao direcionar os recursos para uma aliança de indústrias com ICTs, o programa impulsiona a cadeia como um todo e não somente as demandas de uma única empresa.

“A chamada é voltada para projetos de pesquisa e desenvolvimento de alta complexidade, que olham para o futuro e podem mudar o patamar da indústria brasileira por meio da nacionalização de tecnologias para descarbonização da cadeia automotiva, que é um desafio global do setor. Estamos falando de um domínio tecnológico que o Brasil não tem e vai desenvolver conjuntamente para manter sua indústria competitiva”, defende Leal.

Para o presidente da Embrapii, Alvaro Prata, a chamada mostra como políticas públicas bem estruturadas conseguem transformar investimento em capacidade tecnológica real. “Para essa chamada, estamos falando de R$ 210 milhões direcionados à criação de tecnologias inéditas no Brasil, com grande impacto na competitividade da indústria e na redução das emissões de gases de efeito estufa em áreas estratégicas para o futuro da mobilidade”, reforça.

>> Conheça os projetos aprovados:

1. Motor a etanol de alta eficiência

Desenvolver motores a etanol para veículos leves com alta eficiência, combinando alta taxa de compressão, combustão ultra pobre e ignição distribuída via pré-câmara. O projeto inclui simulações, otimização de pistões, estratégias de combustão acelerada, ajuste de ignição e injeção, sistemas virtuais de válvulas e criação de um bloco de motor mais resistente e sustentável.

  • ICTs Proponentes: ISI em Manufatura Avançada e Microfabricação (SP) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (SP)
  • ICTs Participantes: ISI em Processamento a Laser (SC) e ISI em Engenharia de Estruturas (PR)
  • Empresas: Volkswagen, Stellantis, General Motors, Hyundai, CNH, Tupy, MWM Tupy, Horse, Mahle, Schaeffler, AVL, Dirac e Liconic
  • Valores: R$ 48,8 milhões (R$ 44 milhões do Mover + R$ 4,8 milhões de contrapartida)

2. Redução da emissão de CO2 na cadeia produtiva automobilística via descarbonização do processo siderúrgico – Aço de baixa pegada de carbono

Reduzir emissões de CO₂ da cadeia automotiva por meio da descarbonização siderúrgica. O projeto utiliza hidrogênio como redutor, matérias-primas renováveis e testes em bancada e piloto, incluindo alto-forno experimental e simulador de redução direta, criando infraestrutura inédita no hemisfério sul para tecnologias alinhadas às metas globais de sustentabilidade.

  • ICTs Proponentes: ISI em Metalurgia e Ligas Especiais (MG) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (SP)
  • ICTs Participantes: ISI em Processamento Mineral (MG)
  • Empresas: Usiminas, CSN, Stellantis, Mercedes-Benz, IBAR, Nissan e Iveco Group.
  • Valores: R$ 76,8 milhões (R$ 59,8 milhões do Mover + R$ 17 milhões de contrapartida)

3. ADAS com sensor radar nacional: implantação de planta piloto para desenvolvimento, amadurecimento e nacionalização tecnológica

Desenvolver uma solução nacional de sistema ADAS com radar automotivo de médio/longo alcance, reduzindo dependência externa e fortalecendo a soberania tecnológica. O projeto inclui arquitetura aberta e segura, planta piloto para produção e testes, integração com câmeras para funções como frenagem automática e controle de cruzeiro, garantindo competências nacionais e protótipos funcionais para futura industrialização.

  • ICTs Proponentes: ISI em Tecnologia da Informação e Comunicação (PE) e Instituto de Pesquisa Eldorado (SP)
  • ICTs Participantes: ISI Sistemas Embarcados (SC) e Universidade Federal de Pernambuco (PE)
  • Empresas: Stellantis, Volkswagen, Krah, Valeo, TE Connectivity, Tron, Volkswagen Truck & Bus, Macieiras Labs Ltda, Onmotus Engenharia Ltda.
  • Valores: R$ 41,9 milhões (R$ 37,6 milhões do Mover + R$ 4,3 milhões de contrapartida)

4. Hub do Grafeno: novas tecnologias com grafeno para descarbonização da indústria automobilística

Estruturar um hub tecnológico nacional para desenvolver e validar nanocompósitos de polímeros virgens e reciclados com grafeno, aplicados a peças automotivas mais leves e sustentáveis. O projeto inclui infraestrutura piloto para síntese e funcionalização de grafeno, rotas nacionais de produção, metodologias de dispersão, validação em protótipos, análise de ciclo de vida e integração com a cadeia automotiva, acelerando a inserção dessas tecnologias no mercado.

  • ICTs Proponentes: ISI em Materiais Avançados e Nanocompósitos (SP) e Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano – MG)
  • ICTs Participantes: ISI em Manufatura Avançada e Microfabricação (SP), ISI em Eletroquímica e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar – SP)
  • Empresas: Toyota, Volkswagen, General Motors, Ford, Caio, Hyundai, Mahle, Plascar, Dinaco, Planet Color, Wise Plásticos, Sulbras Moldes e Plásticos, Ipol Nanotecnologia, Nanum Nanotecnologia, Montana Química, Urb Mining, Hexographene e Degrad
  • Valores: R$ 42,2 milhões (R$ 38 milhões do Mover + R$ 4,2 milhões de contrapartidas)

 

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