27 de agosto de 2025
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Quase um mês após uso obrigatório do Jaé, queixas para recuperar saldo do Riocard se acumulam

Passageiros reclamam que após longas filas e dificuldades na solicitação, ainda podem esperar mais 15 dias para receber valores

Depois de passarem por longas filas e dificuldades na solicitação, usuários do Riocard Mais agora enfrentam a demora para recuperar os créditos do cartão. Passageiros que usam o transporte municipal do Rio estão em uma corrida para conseguir resgatar e transferir os valores para o Jaé, único bilhete aceito nos modais da capital há quase um mês. Nesta segunda-feira (25), a prefeitura entrou com uma ação civil pública pedindo o reembolso em até cinco dias, a partir da data do requerimento.

A medida do município ainda solicita que o tempo de espera na fila seja de 15 minutos em dias úteis e 30 nas datas próximas a feriados, disponibilização de banheiros e bebedouros e atendimento prioritário para idosos, gestantes, pessoas portadoras de deficiência e com crianças de colo. A prefeitura pediu também que a Riocard pague R$ 10 milhões de indenização por danos morais. Em nota, a empresa afirmou que ainda não foi notificada e prestará todos os esclarecimentos necessários à Justiça.
Usuários que estiveram na loja da Riocard Mais da Carioca, na Uruguaiana, no Centro do Rio, na manhã desta terça-feira (26), afirmam que o prazo para a liberação dos créditos tem chegado a 15 dias. O motorista Adir Moraes conta que precisou de cerca de duas semanas e um longo tempo em filas para conseguir solicitar o reembolso. Entretanto, a espera ainda não chegou ao fim, já que ainda pode levar mais de uma semana para reaver os valores.
“Já tem uma, duas semanas, mais ou menos (que estou tentando recuperar os créditos). Tem muita burocracia e das outras vezes que eu vim, estava bastante cheio, demorei uma hora, uma hora meia na fila. Hoje eu consegui resolver, mas vai para análise de 14 dias, para ver se vai liberar. É muito tempo para um dinheiro que é nosso”, desabafou o motorista.
O passageiro Sérgio Menezes conta que desistiu de tentar resgatar o saldo, depois de ser informado que precisaria voltar à loja após uma semana para seguir com o pedido. “Eu tenho esses cartões (Riocard Mais) que não estão cadastrados, mas o que está cadastrado, tem que voltar na semana que vem e eu não quero voltar, então dou o meu jeito”, disse o usário, que relatou ainda que pediu o Jaé logo no início e que procurou a loja da Carioca, após se assustar com as longas filas na Central do Brasil.
Procurada, a Riocard Mais declarou que o processo de resgate de créditos vem sendo “realizado de forma transparente e seguindo as etapas previstas para a devolução dos valores aos clientes”, ressaltou que “todas as solicitações de reembolso recebidas estão sendo atendidas”, e para dar mais agilidade ao processo, ampliou as equipes de atendimento em suas lojas. Os interessados podem conferir toda a documentação necessária pelo site da empresa, no tópico sobre resgate, antes de comparecer à loja.

“A devolução é feita em um prazo de 4 a 15 dias, após a análise dos dados. Esse procedimento é fundamental para evitar erros e prevenir fraudes. Vale destacar que o saldo não expira, ou seja, os clientes podem solicitar o resgate a qualquer momento. Cabe reforçar ainda que os passageiros podem continuar utilizando normalmente seus cartões em transportes intermunicipais, como ônibus e vans intermunicipais, metrô, trem e barcas. Na cidade do Rio, o cartão permanece sendo aceito na integração do Bilhete Único Intermunicipal (BUI)”, completou.

As dificuldades dos passageiros não ocorrem somente com o reembolso. Trabalhadores têm se queixado que as empresas estão dificultando a transferência dos créditos para o Jaé, fazendo com que os funcionários tenham que usar o bilhete antigo até zerarem o saldo, mesmo que dependam do transporte municipal. Com cerca de R$ 800 no cartão, o segurança Gilmar, de 67 anos, diz que vem usando o Riocard da filha nos trens e dado dinheiro para ela pagar a passagem nos modais com operação exclusiva do Jaé.
“Está tendo muita dificuldade, a minha filha foi pedir a carta para poder retirar o dinheiro e a empresa não quer dar. Os patrões não querem dar as cartas, mandaram gastar o Riocard até acabar. E a Riocard só pode autorizar a liberação do dinheiro com a carta na mão. Como eu moro em Bangu e uso o trem, eu vou e volto gastando o Riocard dela até acabar, e eu dou R$ 100, R$ 150 para ela não perder o dinheiro”.
Serviço
Lojas Riocard Mais no Rio
Campo Grande: Rua Aurélio Figueiredo, nº 15 – Loja 26 A e B – Terminal de Campo Grande;
Central do Brasil: Praça Cristiano Otoni, s/n° (subsolo) – Centro;
Carioca: Rua Uruguaiana, nº 7 – Centro;
Méier: Rua Arquias Cordeiro (Terminal Rodoviário Américo Ayres), Méier;
Siqueira Campos: Rua Tonelero, s/nº, estação de Metrô Siqueira Campos, Copacabana.

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