Produtora audiovisual lança documentáro sobre maternidade viabilizado pela lei Paulo Gustavo em Resende
“Maternidade Revelada, uma jornada solitária” expõe desigualdade de gênero e o trabalho de cuidado no Brasil
A produtora audiovisual Patricia Fassa vai lançar, na próxima quinta-feira (11), o documentário “Maternidade Revelada, uma jornada solitária”, uma produção que aprofunda a realidade da maternidade no Brasil sob a perspectiva da desigualdade de gênero e do trabalho de cuidado no Brasil. O documentário foi contemplado pelo Edital de Chamamento Público nº 03/2023 – Fomento à Execução de Ações Culturais do Audiovisual, viabilizado com recursos federais da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), por meio da Prefeitura Municipal de Resende e da Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda.
A produção será exibida no Cine Show, que fica no Resende Shopping, às 18h30 do dia 11. Os interessados em assistir podem fazer a inscrição gratuita através do link: https://forms.gle/ULXfjLULiBqjouBa9.
A obra investiga como a maternidade, muitas vezes romantizada, é atravessada por sobrecarga emocional, solidão, pressões sociais e pela falta de redes de apoio, revelando as consequências de um modelo social que coloca sobre as mulheres a maior responsabilidade pela criação e manutenção da vida.
O filme une entrevistas com especialistas em matrescência, saúde mental, cuidado e desigualdades estruturais, a relatos reais de mulheres em diferentes contextos. As histórias evidenciam como raça, classe e território impactam diretamente a experiência materna. “Maternidade Revelada” convida o público a refletir sobre a urgência de uma sociedade que reconheça e valorize o cuidado, questionando o papel que o Brasil reserva às mulheres e as desigualdades que essa lógica perpetua.
Sinopse:
Ser mãe é padecer no paraíso? A frase que atravessa gerações, esconde as camadas de uma realidade complexa. O documentário Maternidade Revelada, uma jornada solitária mergulha nas contradições desse universo, onde amor e culpa, entrega e esgotamento coexistem. Entre histórias reais e reflexões de especialistas, o filme revela o peso invisível do trabalho reprodutivo e do cuidado — pilares silenciosos que sustentam famílias, economias e uma sociedade que ainda insiste em não enxergar as mulheres que a mantêm de pé.
Visão da direção:
A maternidade sempre foi um tema latente para mim. Como mãe de dois meninos, vivi na pele as transformações profundas que esse processo provoca — no corpo, na mente, no trabalho e em todas as minhas relações. Em Maternidade Revelada, busco compreender esse paradoxo a partir das histórias de mulheres de diferentes raças, classes sociais e orientações sexuais, que apesar de contextos tão distintos, convergem em um ponto comum: a sobrecarga do cuidado. No Brasil, mulheres dedicam em média 61 horas semanais ao trabalho não remunerado, sustentando famílias e economias. Esse dado foi o que me impulsionou a seguir essa linha narrativa. Como diretora, meu olhar procura revelar as camadas emocionais, sociais e estruturais que atravessam a experiência materna, entrelaçando relatos reais e reflexões de especialistas. O filme nasce do desejo de provocar empatia, ampliar a compreensão coletiva e dar visibilidade às mulheres que carregam, quase sempre sozinhas, o peso do cuidado.
