Primeira lavanderia comunitária do Estado entra em fase final de obras no PPG

As obras da Lavanderia Comunitária do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo (PPG), na Zona Sul do Rio, chegaram à fase final e a entrega está prevista para o próximo mês. A unidade será a primeira de dez planejadas pelo Governo do Estado, por meio do programa Cidade Integrada, e vai servir de modelo para outras nove comunidades. A iniciativa, que também contará com oficinas de empreendedorismo e acolhimento, é realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher, com execução da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP-RJ).

– Estamos levando às comunidades muito mais do que um serviço de lavagem de roupas. A lavanderia comunitária é um espaço de convivência e de valorização das famílias. A entrega no Pavão-Pavãozinho e Cantagalo será o começo de uma história bonita, que, por meio de investimentos e equipamentos bem pensados, vão transformar positivamente a vida das pessoas, garantindo dignidade, autonomia e oportunidades – afirmou o governador Cláudio Castro.

Com 10 máquinas de lavar e secar, tanques e balança para roupas de até 14 kg por carga, cada espaço funcionará em quatro ciclos, com investimento estimado em R$ 220 mil e terá capacidade para atender mais de 40 pessoas diariamente.

Mais do que uma lavanderia

As lavanderias também serão espaço de cuidado e acolhimento. O equipamento, que está aberto também para homens, contará com profissionais de saúde mental para escuta e apoio, além de oficinas de empreendedorismo feminino. O modelo foi inspirado em experiências bem-sucedidas no México e na Colômbia, onde lavanderias comunitárias se tornaram equipamentos de transformação social.

– É a oportunidade perfeita para mulheres empreenderem, participarem de rodas de conversa e se sentirem valorizadas. Quando a mulher tem seu tempo reconhecido e encontra apoio, toda a família melhora junto. O espaço é para todos que carregam a responsabilidade do cuidado – reforçou Jussara Coutinho, coordenadora de arquitetura do Cidade Integrada e idealizadora do projeto.

Tempo de qualidade

Nascida e criada no Cantagalo, Fayane Bemvindo da Silva, de 31 anos, sabe bem a correria de conciliar o trabalho com a criação da filha. Para ela, a lavanderia significa mais do que economia: é a chance de resgatar tempo de qualidade.

– Essa lavanderia vai mudar a minha vida e a da minha filha. O tempo que eu gastaria lavando roupa, vou poder usar para estar com ela, levá-la ao parque ou até cuidar de mim mesma. Além de economizar luz e água, vai ser um espaço diferente, com profissionais preparados para ouvir e apoiar. Isso faz toda a diferença para quem, como muitas mulheres daqui, vive uma rotina pesada dentro de casa e precisa de um lugar para se sentir bem e valorizada – afirmou.

Simone da Silva, 48 anos, dona de um restaurante no Cantagalo disse que se emocionou. No meio da correria do trabalho, ela enxerga no projeto mais do que praticidade, uma chance de respirar e sentir que a comunidade está avançando.

– Essa obra é um grande progresso para a comunidade. Muitas famílias não têm máquina ou água suficiente em casa e terão a vida facilitada. Sem contar que a proximidade do meu restaurante com o espaço vai ajudar muito no dia a dia. É essencial ter um lugar estruturado, com profissionais disponíveis, onde podemos conversar, desabafar e até fazer novas amizades – comentou.

Expansão para outras comunidades

Além do PPG, outras nove comunidades também vão receber lavanderias comunitárias: Cesarão, Fumacê, Cidade de Deus, Central do Brasil, Sepetiba, Barreira do Vasco, Nova Holanda (Maré), Mangueira e Rocinha.

Segundo a coordenadora geral do Cidade Integrada Ruth Jurberg, elas terão projetos customizados para cada uma das regiões. O intuito é ampliar esta política pública de cuidados com mulheres para diferentes áreas.

Junto com a instalação do equipamento, as obras executadas pela EMOP-RJ no Programa Cidade Integrada no prédio do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo têm o compromisso de levar qualidade de vida e conforto para os moradores da região, foi o que destacou o presidente da EMOP-RJ, André Braga.

– São reformas que vão desde a portaria, contemplam os elevadores, andares, salas e que transformam o equipamento público num polo e referência de inclusão social e desenvolvimento sustentável – afirmou.