Polícia cumpre 19 mandados de prisão contra quadrilha que vende celulares roubados no Centro do Rio

 A Polícia Civil realiza, desde o início da manhã desta quarta-feira (15), a operação Ligação Direta para desarticular uma quadrilha que vende celulares roubados ou adulterados no Centro do Rio. Os agentes cumprem 19 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão no Rio, São Gonçalo, Caxias, Magé, Japeri, Nova Iguaçu, Mesquita e Arraial do Cabo, expedidos pela 2ª Vara Especializada da Capital. Até o momento, sete pessoas foram presas.

Um gabinete de computador e outros itens foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados. O primeiro suspeito foi preso em Madureira e um segundo em Pilares, ambos na Zona Norte. Ainda não há informações sobre o local da prisão dos outros cinco.

A operação foi desencadeada após uma denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ). De acordo com o delegado titular da 5ª DP, Deoclécio Assis, responsável pelo caso, as investigações tiveram início depois que uma pessoa que comprou um aparelho roubado procurou a delegacia.

Segundo as investigações, a quadrilha vem atuando desde 2018, e os integrantes têm contato direto com os criminosos que praticam os roubos ou furtos dos aparelhos. O delegado explica ainda que, além do prejuízo para as vítimas que perdem os aparelhos, quem compra também é prejudicado pelo quadrilha, já que pode acabar respondendo criminalmente.

“Essa organização vem atuando, mais especificamente, de 2018 para cá, e vem lesando várias vítimas, obtendo uma ligação direta com essas pessoas que subtraem esses aparelhos e levando prejuízo a outras vítimas, uma vez que esses aparelhos vão ser dados como perdidos. Mesmo que eles consigam desbloquear esse aparelho, ele sendo identificado como produto de crime, a pessoa que pagou por ele vai perder o aparelho, pode ser incriminada ainda, respondendo por receptação qualificada e a contribuição para essa escalada criminosa”, explicou.

A ação é resultado de investigações iniciadas desde 2021 e busca reprimir roubos e furtos de aparelhos celulares no Centro do Rio. O delegado alerta para os riscos desse tipo de crime que, muitas vezes, os autores podem nem saber que estão cometendo.

“Ao comprar um celular sem nota fiscal, de procedência duvidosa, o cidadão pode estar cometendo o crime de receptação. Esse tipo de compra, que parece vantajosa pelo preço abaixo do praticado no mercado, alimenta toda uma cadeia criminosa e pode ter custado a vida de uma pessoa”, alerta o delegado.

A investigação conseguiu identificar diversas vítimas e apurar o modo de operar dos criminosos. De acordo com a denúncia do MP, eles anunciavam os aparelhos celulares da marca Apple em um site de compras e marcavam o encontro para a venda em pontos movimentados da cidade, geralmente em estações do metrô localizadas no Centro. No local, entregavam o aparelho com notas fiscais espúrias e consumavam o negócio, inclusive utilizando maquininha para cartão.De acordo com a ação, os aparelhos eram objetos de crimes de roubo ou furto ou, ainda, falsificados, e estavam bloqueados. Quando as vítimas se davam conta de que haviam sido lesadas, não conseguiam mais fazer contato com os criminosos. Para inspirar mais confiança das vítimas, os denunciados entregavam notas fiscais falsas de lojas oficiais da Apple, além de acessórios de celular, como fones de ouvido e carregadores.

De acordo com o Deoclécio, existem sinais claros de que o aparelho que está sendo vendido pode ser produto de roubo ou furto. Além do preço atrativo, os receptadores costumam exigir o pagamento à vista ou por meio de pix e combinam a entrega sempre na rua ou em estações do metrô.

“Fuja de sites duvidosos e perfis desconhecidos em redes sociais. Compre sempre em lojas confiáveis, com nota fiscal legal e garantia de procedência lícita”, recomenda o delegado. “E se for vítima de roubo ou furto, procure sempre a delegacia, para que o crime seja investigado e os autores sejam identificados e responsabilizados”, completou.

Os integrantes da quadrilha foram denunciados pelo MP pelos crimes de organização criminosa, estelionato e receptação qualificada. 

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