Polícia Civil e MP realizam operação contra integrantes da milícia do Tandera

A Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público realiza, nesta quarta-feira (3), uma operação para cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão contra integrantes da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera. A ação ainda conta com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Até o momento, cinco pessoas foram presas.

De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, principalmente na capital do Rio e nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica, na Baixada Fluminense. A apuração também revelou a formação de uma “coalizão”, que seria uma espécie de acordo, entre candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020 e os líderes da milícia.

Ao longo das investigações foi possível constatar ainda que a quadrilha vem, por meio da prática de atos violentos e da imposição do terror, afirmando sua dominância sobre moradores e comerciantes das regiões onde atuam.

Os policiais localizaram também vídeos com cenas de tortura e execuções sumárias, praticadas de forma cruel. Os milicianos contam com uma estrutura hierárquica bem delineada, com divisão de funções e tarefas entre seus integrantes. Nos últimos anos, a associação criminosa passou a atuar de forma ainda mais complexa, buscando expandir seus negócios por meio da infiltração no poder público.

Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Participam da operação a 48ª DP (Seropédica), a Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

Quem é Tandera
Danilo Dias é o chefe da segunda maior milícia do Rio e domina as regiões de Seropédica e Itaguaí, na Região Metropolitana, e outros pontos da Baixada, como o bairro KM-32, em Nova Iguaçu.

De acordo com a Polícia Civil, ele tem o olho de Tandera, símbolo dos Thundercats (desenho animado), tatuado no peito. E de acordo com informações obtidas pela corporação, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele. O criminoso é conhecido por seu comportamento extremamente violento. Ele faz questão de estar à frente de invasões em áreas dominadas por quadrilhas rivais, anda sempre com um fuzil e na companhia de diversos seguranças.

Ele integrava a maior milícia do Rio, quando rompeu com Wellington da Silva Braga, o Ecko, que então chefiava o grupo paramilitar. Em 2021, após a morte de Ecko, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, herdou a quadrilha e manteve Tandera como inimigo.

Em agosto do ano passado, a polícia apreendeu 19 fuzis que pertenceriam à milícia de Tandera e apreendeu um carro-forte usado pelos milicianos para intimidar desafetos e para proteger criminosos durante confrontos com rivais.

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