Henrique ficará proibido de usar uniforme e receberá apenas um terço da remuneração
O tenente Henrique Otavio Oliveira Velozo, que havia sido julgado e absolvido pela morte do lutador Leandro Lo, foi afastado das atividades oficiais da Polícia Militar de São Paulo pelo comando-geral da corporação.
Segundo a PM, apesar de ter sido reintegrado à corporação pela Justiça, Henrique só retornará as funções normais após “a decisão final do Poder Judiciário”.
A corporação informou que o tenente “ficará sujeito a um regime disciplinar específico previsto em lei, que determina o afastamento das funções, a proibição do uso de uniforme, o recebimento de apenas um terço da remuneração e a impossibilidade de ser promovido”.
A decisão de afastamento foi publicada, na segunda-feira passada (1°), no Diário Oficial e realizada de forma unânime pelos membros do Conselho de Justificação da Polícia Militar.
Absolvição
Em 14 de novembro, o Tribunal do Júri de São Paulo absolveu o tenente Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo em agosto de 2022. Os jurados aceitaram a tese de legítima defesa apresentada pelos advogados do tenente.
Velozo era acusado de matar Leandro Lo com um tiro na cabeça. O crime aconteceu após um desentendimento entre os dois, durante um show no Clube Sírio, na Zona Sul da capital.
Na reconstituição do crime, testemunhas contaram que o policial militar foi imobilizado pelo lutador durante uma discussão, na madrugada de 7 de agosto de 2022, mas atirou contra o atleta assim que foi solto e depois fugiu.
Ele chegou a ser preso no Presídio Militar Romão Gomes e excluído do quadro da PM após decisão do Tribunal de Justiça Militar (TJM). Na Justiça comum, o Ministério Público o denunciou por homicídio triplamente qualificado, com qualificadores motivo torpe, emprego de meio insidioso ou cruel e traição ou emboscada. A denúncia foi aceita e Velozo se tornou réu.
Em setembro deste ano, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) oficializou a sua demissão da corporação em publicação no Diário Oficial. Em outubro, porém, a Justiça de São Paulo, por meio de uma decisão liminar assinada pelo desembargador Ricardo Dip, suspendeu o decreto de Tarcísio e reintegrou Velozo aos quadros da Polícia Militar, embora ele tenha continuado sob custódia.