Ação pretende prender 26 pessoas envolvidas no esquema, em sete cidades fluminenses e São Paulo
A Polícia Federal mira, nesta quinta-feira (21), uma quadrilha especializada em fraudes contra o sistema financeiro nacional e programas sociais. A 2ª Fase da Operação Oasis 14 cumpre 26 mandados de prisão e outros 28 de busca e apreensão em endereços de oito cidades do Rio e na capital de São Paulo. Até o momento, 16 pessoas foram presas.
A ação é realizada por cerca de 140 policiais federais e tem apoio da Caixa Econômica Federal. Ao todo, são cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na capital fluminense; 10 em Niterói; oito em São Gonçalo; dois em Nova Friburgo; um em São Pedro da Aldeia; um em Saquarema; um em Itaboraí; e um em São Paulo.
De acordo com a PF, durante as buscas na casa de um dos alvos da operação, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, os polícias encontraram um revólver com seis munições, levando à prisão em flagrante do investigado por porte ilegal de arma de fogo. Contra ele já havia um mandado de prisão expedido pela ação.
As investigações tiveram início em 2024 e revelaram um esquema envolvendo mais de 330 empresas de fachada, comandadas pela quadrilha, seis funcionários públicos da Caixa, quatro funcionários de instituições bancárias privadas, uso de documentos falsos e pessoas de baixa renda usadas como “laranjas”, além de “fantasmas” como sócios de empresas.
O esquema funcionava com a abertura de empresas ou obtenção de empresas inativas, depois eram cooptadas pessoas de baixa renda para serem sócios, e outro integrante da quadrilha cedia imóvel de empreendimento real para se passar pelo endereço dos estabelecimentos de fachada. Em seguida, eram abertas contas e feitas movimentações simuladas entre as companhias, para passar legalidade. Ainda eram feitos empréstimos e financiamentos de linhas específicas de crédito e, após um período mantendo os pagamentos em dia, o grupo estourava os empreendimentos e conseguia lucros milionários.
A atuação conjunta com a Caixa permitiu o cruzamento de dados e a identificação de cerca de 200 operações de crédito fraudulentas, que totalizaram pelo menos R$ 33 milhões de prejuízo documentado, somente contra o banco. A estimativa é R$ 110 milhões em prejuízo total ao sistema financeiro nacional.
Os investigados vão responder por organização criminosa, estelionato qualificado, crime contra o sistema financeiro nacional, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A investigação contou com o apoio da Corregedoria e da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude da Caixa Econômica.