Paramilitares tomam palácio presidencial no Sudão e conflitos armados se espalham pelo país

Paramilitares do Sudão reivindicaram neste sábado (15) o controle do palácio presidencial e do aeroporto internacional de Cartum, na capital, após tiroteios e explosões num contexto de rivalidade entre generais que participaram do golpe de Estado em 2021. Ao menos três civis foram mortos, segundo autoridades.

O grupo paramilitar FAR (Forças de Apoio Rápido) do general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como Hemedti, apelou à população e aos militares para que se levantem contra o Exército e o general Abdel Fatah al Burhan, líder no país africano desde o golpe há quase dois anos.

Hemedti e Burhan uniram forças para derrubar civis do poder em 2021. Mas as tensões entre os dois cresceram com o tempo. Há dias circulavam rumores sobre um confronto iminente. Neste sábado (15), a capital sudanesa, Cartum, acordou abalada por explosões e disparos de armas pesadas.

Em resposta, a Força Aérea Sudanesa informou ter atacado várias bases paramilitares em Cartum, destruindo bases do grupo rival. Num conflito de versões, informou ainda que os militares das FAR estavam sendo perseguidos e pediu aos civis que permaneçam em suas casas.

“Como todos os sudaneses, estamos abrigados”, escreveu o embaixador dos EUA, John Godfrey, no Twitter.

Em 25 de outubro de 2021, tropas lideradas pelo general Abdel Fattah al-Burhan prenderam integrantes civis de um governo de transição e assumiram o comando do país alegando impedir a eclosão de uma guerra civil.

O golpe frustrou a expectativa de alcançar um regime democrático depois que, em abril de 2019, sudaneses conseguiram derrubar o ditador Omar al-Bashirque estava no poder havia três décadas, e arrancar das Forças Armadas o compromisso de que entregariam o poder para um governo civil eleito por meio do voto

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