Operadores da SuperVia recebem capacitação da Secretaria de Estado da Mulher para atuar em casos de assédio no Carnaval
Campanha que orienta mulheres a pedir ajuda está nas estações e plataformas dos trens
A Secretaria de Estado da Mulher realizou, nesta quarta-feira (26), uma capacitação com seguranças e condutores da SuperVia, reforçando a importância de um atendimento adequado a vítimas de assédio e importunação nos trens e estações. Além disso, a campanha contra o assédio no carnaval, que traz Viviane Araújo como porta-voz, está sendo exibida nos telões de 15 estações. Avisos sonoros, orientando as mulheres sobre o que fazer caso precisem de ajuda, também estão sendo transmitidos nos alto-falantes do sistema. Tudo para garantir que elas se sintam seguras ao usar o transporte, para aproveitar o carnaval ou trabalhar.
Com a capacitação pelo protocolo “Não é Não! Respeite a decisão”, os profissionais da SuperVia ficam mais preparados para acolher, orientar e encaminhar mulheres que precisam de ajuda.
— Se você sofrer ou presenciar um caso de assédio, denuncie. O silêncio nunca pode ser uma opção. Ligue 190 ou acesse o aplicativo Rede Mulher, disponível gratuitamente — disse a secretária estadual da Mulher, Heloisa Aguiar.
Pesquisa dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelam que 71% das mulheres já passaram por alguma situação de violência ao utilizar algum meio de transporte em seu cotidiano para se deslocar. Uma dessas mulheres é a cineasta Lorena Liberato, que passava pela Central do Brasil durante a capacitação dos profissionais da SuperVia.
— Já presenciei um caso de assédio no trem com uma menina de apenas 15 anos. Infelizmente, a gente é o tempo todo “sarrada” no transporte público. Acho que, quando você é mulher no Rio de Janeiro, vive o tempo todo em alerta pelo que pode acontecer. Precisamos mudar isso, e, especialmente, os homens precisam entender que, inclusive no Carnaval, o corpo da mulher é dela e merece respeito.
Para o colaborador da SuperVia Genilson Ribeiro, esse foi um momento de aprendizado sobre como acolher uma mulher que passou por uma situação de violência dentro do trem.
— Recebemos a capacitação sobre como acolher mulheres que passaram por assédio, e foi muito interessante para entender como fazer o direcionamento à rede de enfrentamento à violência contra a mulher, como a rede de saúde, a polícia e outros órgãos responsáveis pelo atendimento e acolhimento.
Rede Mulher
Como parte do treinamento, a equipe da Secretaria da Mulher apresentou aos profissionais o aplicativo Rede Mulher, uma importante ferramenta de proteção para as mulheres. O aplicativo permite que os usuários:
* acionem a Central 190 da Polícia Militar com um simples clique;
* peçam ajuda a até três pessoas cadastradas como “guardiões”;
* registrar ocorrências on-line;
* obter informações sobre medidas protetivas;
* consultar uma rede de atendimento especializada para mulheres em situação de violência no estado;
* localizar delegacias especializadas nesse tipo de violência;
* informações sobre esse tipo de crime.