Operações da Polícia Federal desarticulam esquemas de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas
A Polícia Federal realizou ou integrou 14 operações entre segunda-feira (17/11) e esta terça-feira (18/11). As ações resultaram em prisões e na desarticulação de esquemas de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Algumas operações foram realizadas pelas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) é uma iniciativa de integração entre diferentes órgãos de segurança pública e instituições de justiça, com o objetivo de combater de forma articulada e eficiente as organizações criminosas que atuam no Brasil.
Ações
As operações vão de encontro às medidas tomadas recentemente pelo Governo do Brasil para o combate ao crime organizado, como o envio ao Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que integra as esferas federal, estadual e municipal de segurança, prevê financiamento estável e padroniza coleta de dados. O propósito é garantir mais precisão e inteligência às políticas e fortalecer o combate ao crime organizado
A PEC da Segurança soma-se a outras iniciativas federais no campo da segurança, como a assinatura do Projeto de Lei Antifacção Criminosa, que amplia sanções, acrescenta a figura da facção criminosa para a legislação e cria um banco nacional das organizações; e a sanção da lei que reforça o combate ao crime organizado prevendo penas de até 12 anos para conspiração e obstrução de ações contra organizações criminosas e amplia prerrogativas de proteção a agentes públicos envolvidos no enfrentamento.
São Paulo
A Polícia Federal localizou, na manhã desta segunda-feira (17/11), aproximadamente 405 kg de substância com características de cocaína durante a inspeção de um contêiner no Porto de Santos/SP, que seria embarcado com destino ao porto de Hamburgo, na Europa.
A substância ilícita estava ocultada no interior de big bags junto à carga regular. Após a identificação do material suspeito, a Polícia Federal realizou os procedimentos de perícia de local de crime, efetuou a apreensão da carga e iniciou diligências para identificar os responsáveis e esclarecer as circunstâncias da preparação e do envio da droga.
Na manhã desta terça-feira (18/11), uma operação de combate ao crime organizado e ao tráfico internacional de drogas foi realizada no Aeroporto Internacional de São Paulo. 26 mandados judiciais entre prisões temporárias, prisões preventivas e buscas e apreensões foram realizadas.
A Operação Teia tem como objetivo desarticular um grupo criminoso especializado no envio de substância entorpecente para a Europa utilizando a modalidade conhecida como “mulas engolidas”. Parte dos investigados é apontada como liderança dessa atividade ilícita na região de Guarulhos, identificada a partir de análises de inteligência realizadas após ações de 2024.
Dois suspeitos, que se encontram no exterior, tiveram seus dados incluídos em difusão internacional de captura. As investigações indicam que o grupo pode ter sido responsável pelo envio de dezenas de indivíduos aliciados para transportar cápsulas com droga para o exterior.
Em 2025, até a presente data, a polícia federal no Aeroporto Internacional de São Paulo já prendeu 176 pessoas por transporte de droga no estômago, número que supera o total registrado em anos anteriores. Essa prática representa risco elevado à vida dos envolvidos devido à possibilidade de rompimento das cápsulas, além de demandar a utilização de leitos hospitalares para o procedimento de expulsão da substância, realizado sob custódia da Polícia Penal do Estado de São Paulo.
Já a Operação Caronte foi destinada a desarticular uma rede de operadores financeiros envolvidos em atividades ilegais de compra e venda de moeda estrangeira no mercado paralelo. Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em São Paulo.
As investigações tiveram início após a prisão em flagrante de um indivíduo na aduana brasileira, em Chuí (RS), quando tentava deixar o país transportando numerário sem a devida declaração. A partir dessa prisão, a PF identificou outros integrantes da rede criminosa, responsáveis por movimentações financeiras incompatíveis com suas capacidades econômicas declaradas, sugerindo atuação estruturada em operações cambiais ilegais.
A Polícia Federal deflagrou também nesta terça-feira operação para apurar a atuação de uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro por meio de movimentações financeiras realizadas por operador responsável por gerir contas utilizadas para ocultação de valores ilícitos. A PF identificou a movimentação irregular de cerca de R$ 45 milhões.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Manicoré (AM), Humaitá (AM), Cruz (CE) e São José do Rio Preto (SP). A ação contou com a participação de 30 policiais federais. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Federal de São Paulo/SP.
As investigações apontam que o grupo criminoso movimentava contas de empresas registradas em nome de terceiros para ocultar capitais provenientes de tráfico de drogas, contrabando, descaminho e extração ilegal de ouro.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
E uma operação em Itapetininga (SP) foi realizada com o objetivo de reprimir a prática de contrabando, especialmente relacionada à comercialização de cigarros eletrônicos.
Durante as diligências, uma pessoa foi presa em flagrante em razão da posse e comercialização de produtos de ingresso proibido no território nacional.
O material apreendido será submetido à perícia, e o preso foi conduzido à autoridade policial para as medidas cabíveis. As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos.
Paraná
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (18/11), a Operação Resgate Ilícito, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no transporte e comercialização de produtos eletrônicos introduzidos irregularmente no país, além da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, bem como medidas de sequestro de bens, nas cidades de Cascavel e Foz do Iguaçu, ambas no estado do Paraná.
As investigações tiveram início a partir de prisões realizadas entre 2024 e 2025, quando foram apreendidas cargas ilícitas avaliadas em cerca de R$ 20 milhões, compostas por smartphones desacompanhados de documentação fiscal e cigarros eletrônicos, cuja comercialização é proibida no Brasil.
Durante a apuração, foi identificada uma estrutura criminosa que utilizava empresas de fachada e veículos registrados em nome de terceiros para conferir aparência de legalidade às operações ilícitas.
A investigação aponta ainda indícios do envolvimento de policiais, que, em maio de 2025, participaram de uma suposta ação de resgate de carga roubada, sob a alegação de busca por um caminhão subtraído. As evidências indicam que η ação visava proteger interesses do grupo criminoso e facilitar a recuperação de bens ilícitos.
Já a Operação Piperita investiga tráfico internacional de drogas e outros crimes relacionados.
As apurações começaram após a Delegacia da PF em Guaíra (PR) identificar um grande carregamento de maconha. A partir dessa informação inicial, diligências e ações de inteligência permitiram avançar na identificação de pessoas ligadas ao esquema criminoso.
Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça Federal. Um casal de Palotina (PR) foi preso — eles seriam os responsáveis pelo imóvel onde toneladas de drogas eram armazenadas. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão em um imóvel rural no mesmo município.
O imóvel rural que servia de depósito para a droga foi sequestrado, incluindo o bloqueio de uma fazenda de grande porte, por ter sido utilizada para a prática criminosa.
A PF seguirá com as investigações para identificar todos os envolvidos e apurar a possível existência de uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas.
A Polícia Federal reforça que recebe denúncias, inclusive de forma anônima, por seus canais oficiais de comunicação, como o “Comunica PF”.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (18/11), a Operação Escolta, destinada ao cumprimento de medidas cautelares contra integrantes de uma organização criminosa transnacional com atuação voltada ao descaminho de aparelhos celulares de alto valor provenientes do Paraguai, bem como à lavagem de dinheiro e, secundariamente, ao tráfico internacional de armas de fogo e munições.
Estão sendo cumpridos 5 mandados de prisão preventiva, 35 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, como a monitoração eletrônica por tornozeleira, bem como o sequestro e bloqueio de bens e valores que totalizam aproximadamente R$ 57 milhões.
As diligências ocorrem simultaneamente em 12 municípios distribuídos em quatro estados da Federação, com a atuação coordenada de diversas equipes da Polícia Federal e apoio da Receita Federal em dois estabelecimentos comerciais.
As investigações, conduzidas entre os anos de 2024 e 2025, constataram que os produtos ingressavam irregularmente no território nacional pela Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu, utilizando-se de motoqueiros transportando “cotas”, veículos com fundos falsos e rotas fluviais clandestinas no rio Paraná.
Após a entrada no país, os eletrônicos eram armazenados em um hotel em Foz do Iguaçu, transferidos para residências situadas em condomínios fechados, e posteriormente remetidos a Curitiba, ao Norte do Paraná e a outros centros consumidores nacionais, em caminhões equipados com compartimentos ocultos.
Ao longo das investigações, foram registradas 16 ocorrências com apreensão de eletrônicos, cujo valor estimado ultrapassa R$ 13 milhões. As investigações também identificaram indícios de que, em menos de um ano, uma única investigada internalizou irregularmente o equivalente a mais de R$ 50 milhões em aparelhos celulares. Também foi constatado que o grupo fazia uso de escoltas para garantir a segurança do transporte dos produtos ilícitos, bem como adoção de métodos de contrainteligência, como equipamentos de raio-X e bloqueadores de sinal (jammers).
Bahia
Nesta terça-feira (18/11), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado na Bahia – Ficco/BA, em ação conjunta com a Delegacia Territorial de Ipiaú e o Comando de Policiamento Regional Médio Rio de Contas (PM/BA), deflagrou operação Alta Potência 2, com o objetivo de desarticular uma facção criminosa violenta responsável por tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro.
As investigações identificaram que o grupo atuava principalmente nos municípios baianos de Ipiaú, Jequié e Itagibá, mantendo conexões interestaduais. A operação cumpre 79 ordens judiciais, sendo 38 mandados de busca e apreensão e 31 mandados de prisão preventiva, além do sequestro de oito imóveis e bloqueio de ativos financeiros de 21 investigados, atingindo valores em mais de 90 contas bancárias. As ações ocorrem simultaneamente nos estados da Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, com a mobilização de mais de 250 policiais.
A investigação avançou após a prisão do líder da organização criminosa, ocorrida em junho de 2025, na cidade de Barra Velha (SC), durante operação anterior. Na ocasião, foram apreendidos elementos que permitiram aprofundar as apurações sobre os eixos financeiro, logístico e operacional da facção. Com isso, foi possível identificar a estrutura completa do grupo, incluindo operadores financeiros e responsáveis pela venda direta de drogas.
O núcleo financeiro movimentou cerca de R$ 52 milhões em pouco mais de três anos, utilizando contas bancárias e aquisição de imóveis para lavar recursos ilícitos. A liderança e seus familiares mantinham residências em diferentes estados, como Sacramento (MG), Barra Velha (SC) e São Paulo (SP), enquanto controlavam o tráfico na Bahia, longe da violência que fomentavam.
As ações desta fase da operação abrangem cidades baianas como Ipiaú, Itagibá, Gandu, Ubatã, Jequié, Ilhéus, Porto Seguro, Salvador, Ibirataia e Serrinha.
A Ficco/BA é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar da Bahia, Polícia Civil da Bahia, Polícia Penal da Bahia, Secretaria Nacional de Políticas Penais e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.
Santa Catarina
Na noite de segunda-feira, um casal foi preso por tráfico de drogas em uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Santa Catarina (Ficco/SC). Com eles, foram apreendidas cerca de 495 kg de maconha. A prisão ocorreu durante uma abordagem no Km220 da BR-282, próximo ao município de Lages (SC).
O motorista do veículo desobedeceu a ordem de parada dos policiais e tentou fugir, porém o veículo foi interceptado e o condutor, juntamente como uma mulher, foram presos.
Além da droga, os policiais constataram que o veículo conduzido também possuía placa clonada.
Os presos, a droga e o veículo foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Lages (SC), onde as investigações terão continuidade.
A Ficco/SC é composta pela Secretaria Nacional de Políticas Penais, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar do Estado de Santa Catarina e Polícia Penal do Estado de Santa Catarina e tem como objetivo combater o crime organizado de forma integrada e eficiente.
Ceará
A Polícia Federal apreendeu substância entorpecente no Terminal de Carga Internacional do Aeroporto de Fortaleza. A droga estava na forma líquida, diluída em aproximadamente 180 garrafas de vinho branco que tinham como destino Cabo Verde, na África.
A apreensão ocorreu durante trabalho de rotina com apoio dos cães detectores de drogas da Polícia Federal no Ceará. O material foi encaminhado para perícia e as investigações continuam para identificar os responsáveis pelo envio da carga ilícita.
Alagoas
A Polícia Federal deflagrou a Operação Desfomento, que investiga possíveis crimes de estelionato majorado contra a União, lavagem de dinheiro e associação criminosa, envolvendo duas organizações sociais alagoanas e uma empresa de Recife (PE).
Durante as investigações ficou comprovado que os suspeitos inseriram dados falsos em um sistema do Governo Federal, relativos a dois termos de fomento firmados com os Ministérios da Cultura e do Desenvolvimento Social, desviando R$ 300 mil que seriam destinados ao fomento da cultura e ao apoio a dependentes químicos em Alagoas.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Recife (PE), Gravatá (PE) e Jaboatão dos Guararapes (PE), além do sequestro de aproximadamente R$ 400 mil, que foi o proveito ilicitamente obtido pelos indiciados.
Espírito Santo
A Polícia Federal no Espírito Santo deflagrou, na manhã desta terça-feira (18/11), a Operação Mustang, no âmbito de ação de inciativa da Interpol que visa ao combate de crimes de tráfico de pessoas e contrabando de migrantes.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão no Espírito Santo, em Minas Gerais, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Goiás e em Santa Catarina. Também foram cumpridos três mandados nos Estados Unidos da América, como resultado da cooperação da Polícia Federal com o Departamento de Investigações de Segurança Interna (HSI) da Imigração e Alfândega dos Estados Unidos.
Foi constatado que a organização criminosa atuou para que ao menos 154 viajantes brasileiros entrassem e permanecessem ilegalmente nos Estados Unidos, valendo-se de intermediários conhecidos como “coiotes”, além de operadores financeiros responsáveis pela realização de operações de câmbio irregulares e empresas e pessoas ligadas ao setor de viagens e turismo.
Os investigados, que estão proibidos de sair do país em virtude de decisão judicial, tiveram seus passaportes apreendidos e responderão pelos crimes de promoção de migração ilegal e organização criminosa.
Rondônia
A Polícia Federal deflagrou a Operação Red Cross, com o objetivo de desarticular grupo criminoso envolvido na logística de transporte de drogas e na lavagem de capitais em Rondônia.
Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão e um de prisão pela 1ª Vara de Garantias da Comarca de Porto Velho/RO, todos cumpridos na cidade de Porto Velho (RO). Durante a ação, foram apreendidas mídias, bem como quantia de R$ 25 mil.
As investigações tiveram início em julho de 2024, após a prisão em flagrante de duas pessoas que transportavam 68 kg de entorpecentes em um veículo nas proximidades de Nova Mamoré (RO), momento em que os ocupantes tentaram fugir pela mata, sendo um dos suspeitos identificado por meio de documento deixado no automóvel.
No dia seguinte, as mesmas pessoas foram novamente abordados pela Polícia Rodoviária Federal, quando retornavam para Porto Velho, acompanhados de outros dois suspeitos. Durante a apuração, foi identificada uma cadeia financeira voltada à lavagem de capitais provenientes do tráfico.
A investigação prossegue com a análise do material apreendido. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal reafirma seu compromisso com o enfrentamento ao crime organizado, especialmente na repressão ao tráfico de entorpecentes e ao fluxo ilícito de capitais, contribuindo para a segurança da população e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito.

