Oito são presos em operação da PM após chefe do tráfico ordenar roubos na Vila Vintém
Policiais militares do 14º BPM (Bangu) realizam uma operação, desde as primeiras horas desta sexta-feira (12), na comunidade Vila Vintém, que fica em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio.
Até a última atualização, oito pessoas foram presas, dois fuzis apreendidos, além de uma granada, rádios comunicadores e drogas. Barricadas também foram removidas.
Foi apurado que a operação foi motivada depois que o chefe do tráfico ordenou que bandidos fizessem roubos em série na região da Zona Oeste.
Na terça passada (9), quatro homens foram presos com dois fuzis na comunidade do Fumacê. A partir disso, o chefe do tráfico deu a ordem para que os bandidos roubassem carros.
Pelo menos 15 carros foram roubados pelos criminosos em apenas três dias – uma média de cinco carros por dia.
Nesta quinta, três homens foram encontrados mortos na mesma comunidade depois de um confronto entre criminosos rivais. Um dos suspeitos de envolvimento no tiroteio foi preso pela PM.
Fundação da facção ADA
O dono da comunidade da Vila Vintém é o ex-presidiário conhecido como Celsinho da Vila Vintém. Ele deixou a cadeia em 2022.
Um dos principais e mais perigosos criminosos da década de 1990, ele é apontado como um dos fundadores de uma das principais facções criminosas do Rio, a Amigos dos Amigos (ADA), rival do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP) no comércio ilegal de entorpecentes.
Condenado por tráfico de drogas, roubo e organização de quadrilha, Celsinho foi preso pela primeira vez em 1990. Em 1996, foi novamente encarcerado, mas acabou fugindo em 1998, vestido de policial militar, quando estava no Hospital Penitenciário Fábio Macedo Soares.
Em 2002, foi recapturado. Ao jornal O Globo, Celsinho afirmou: “Eu sou traficante. Vivo do tráfico. Sou bandido. Mas eu sou um cara devagar, não dou tiro na polícia. Eu fujo da polícia. Compro meu pozinho, minha maconha e vendo.”
O traficante disse ainda faturar à época “uns R$ 50 mil por semana”. “Mas tenho que pagar muitas coisas. Sobram só dez milzinhos por semana. Mando só na Vila Vintém e no Curral das Éguas [duas comunidades da Zona Oeste]”, contou.
Boa parte desses 20 anos na cadeia foi no Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. Celsinho retornou ao Rio em 2017, em transferência para o Complexo Penitenciário de Gericinó, onde ficou até ser solto em 2022.